Dados do Trabalho
Título
NEUROPATIA OPTICA ISQUEMICA ANTERIOR ARTERITICA
Resumo
INTRODUÇÃO
A neuropatia óptica isquêmica anterior (NOIA) caracteriza-se por infarto do segmento anterior no nervo óptico (NO). Manifesta-se por baixa acuidade visual (BAV) súbita, edema de disco e defeitos no campo visual. Pode ser classificada em: NOIA arterítica (NOIA-A) e não arterítica (NOIA-NA), sendo a NOIA-A menos comum e mais grave, considerada uma urgência médica. NOIA-A apresenta incidência maior em pacientes idosos, mulheres e resulta de uma vasculite sistêmica, sendo a causa mais comum a arterite de células gigantes (ACG).
RELATO DE CASO
S.D.Q, feminino, 80 anos, hipertensa, compareceu à urgência oftalmológica com queixa de BAV súbita em ambos os olhos (AO) de 10 dias de evolução, sendo há 7 dias em olho esquerdo (OE) e há 3 dias em olho direito (OD), associada à cefaleia temporal esquerda e claudicação de mandíbula ipsilateral iniciados há 15 dias.
Ao exame, OE sem percepção luminosa e acuidade visual (AV) de 20/200 em OD. Segmento anterior sem alterações. Fundoscopia mostrou edema de disco pálido em AO e hemorragia peripapilar em OE. Realizado angiofluoresceinografia e após avaliação neuro-oftalmológica e exames laboratoriais, optou-se por internar para realização de pulsoterapia, tendo como principal hipótese a ACG.
DISCUSSÃO
A NOIA-A manifesta-se por BAV súbita e grave, sendo a AV <20/200 em mais de 60% dos casos, podendo ser precedida por obscurecimentos visuais transitóros. Sintomas relacionados à vasculite podem estar associados, como cefaleia, claudicação de mandíbula, adinamia e febre.
O diagnóstico precoce é fundamental, pois na ausência de tratamento, há acometimento do olho contralateral em mais de 50% dos casos. Dosagem de VHS e PCR apresentam boa acurácia. Na angiografia fluoresceínica, as características mais observadas são ausência ou diminuição da fluorescência do NO, atraso no enchimento, hiperfluorescência na fase tardia por extravasamento de corante e retardo no enchimento da coróide. Biópsia da artéria temporal tem sensibilidade de 95% e especificidade próxima a 100%. Embora seja fundamental, não deve atrasar o início do tratamento, que consiste em pulsoterapia com metilprednisolona, seguido de corticoterapia via oral 1 a 2mg/kg/dia, com o objetivo de evitar o acometimento do olho contralateral quando a perda visual é recente.
CONCLUSÃO
Sendo assim, a compreensão dos aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos da NOIA-A é de suma importância, dada a urgência no diagnóstico e tratamento para evitar danos visuais irreversíveis.
Referências Bibliográficas
REFERÊNCIAS
Ariello LE, Monteiro MLR. Neuropatia óptica isquêmica anterior arterítica (NOIA-A). In: Manual de condutas em pronto-socorro de oftalmologia da FMUSP. Rio de Janeiro: Atheneu; 2022. [citado 2024 maio 20]
Lana-Peixoto MA. Estudo comparativo do perfil clinico das formas arteritica e não arteritica da neuropatia óptica isquêmica anterior. Tese de Doutoramento, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1993.
Albert DM, Ruchman MC,Keltner JL. Skip areas in temporal arteritis. Arch Ophthalmol 1976, 94: 2072-2077.
Lana-Peixoto MA. Forma arterítica da neuropatia óptica isquêmica anterior: estudo de 25 casos. [Arq Neuropsiquiatr]. 1994; 52 (3): 343-353.
Área
NEUROFTALMOLOGIA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
HOSPITAL OFTALMOLÓGICO SANTA BEATRIZ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
LARISSA CORREA GARCIA DE OLIVEIRA, JOÃO LUCAS MOTA AVELINO, ALEXANDRE PEREIRA DA SILVA FILHO, VANESSA DE ANDRADE LIMA, NATALIA VALLE MARON SUHETT, ARMANDO MAGALHÃES NETO, CAIO CÉSAR MAGALHÃES