Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

Exotropia unilateral e a esclerose múltipla - relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica, desmielinizante do sistema nervoso central e inflamatória que pode afetar a região ocular e causar alterações estruturais e funcionais. Dentre os achados ópticos da EM, incluem neurite óptica, retinites, vasculites periféricas, anormalidades na motilidade ocular que se manifestam com diplopia ou nistagmo e pars planitis. O diagnóstico da doença é clínico, com o auxílio dos critérios atualizados de McDonald, embora exames de imagem, análise do fluido cérebro-espinal e estudos do potencial evocado sejam úteis para sua confirmação. O caso relata o processo de diagnóstico de esclerose múltipla, a partir da avaliação oftalmológica, em uma paciente com quadro de exotropia unilateral. DESCRIÇÃO: Paciente do sexo feminino, 27 anos, previamente hígida. Relata que há 1 mês apresentou crises de ansiedade, associado com parestesia a direita de membro inferior e superior buscou auxílio em pronto atendimento, sem alterações tomográficas. Iniciou o tratamento para ansiedade, mas evoluiu com piora da parestesia e diplopia associada. Procurou oftalmologista e apresentou acuidade visual 20/20 em ambos os olhos; limitação de movimento temporal, superior e inferior, em olho esquerdo; fundo de olho sem alterações nervo óptico corado e bem definido; Pressão intraocular 10 em ambos os olhos; ausência de alterações em câmara anterior e córnea; pupila isocórica e sem alterações a luz; pálpebra normal; sem paresia e parestesia facial. Devido a alterações em membro superior e inferior à direita, associado a alterações de motilidade ocular à esquerda, aventou-se a hipótese de esclerose múltipla. Com diversos exames, como ressonância magnética de crânio e cervical e líquor, a hipótese foi confirmada. DISCUSSÃO: Achados oculares são frequentes e muitas vezes a primeira manifestação clínica da EM. Embora seja causa pouco comum de paralisia de nervos cranianos, a frequência desta alteração aumenta em pacientes jovens, principalmente o VI par. Entretanto há a possibilidade de outras alterações oculares precederem ou acompanharem o curso da EM. CONCLUSÃO: O presente relato descreve um caso de exotropia unilateral como uma das primeiras manifestações da EM, sendo de alta relevância a avaliação da etiológica, verificando quadros sistêmicos associados a esse diagnóstico ocular. O diagnóstico da doença de base rápido e preciso pode ser fundamental para limitar a perda de visão, futuras deficiências neurológicas e danos a órgãos.

Referências Bibliográficas

Referências:
1.Sibinelli MAMF, Cohen R, Ramalho AM, Tilbery CP, Lake JC. Manifestações oculares em pacientes com esclerose múltipla em São Paulo. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 2000 Aug;63(4):287–91.
2.Oliveira EML de, Souza NA de. Esclerose Múltipla. Revista Neurociências. 1998 Sep 30;6(3):114–8.
‌3.Dália C, Revisores M, Meira D, Costa J, Fonseca P, Português De Neuroftalmologia G. NEUROFTALMOLOGIA BASEADA NA EVIDÊNCIA [Internet]. Available from: https://www.spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2014/12/Livro-Neuroftalmologia-JUL14-v19.pdf



Área

NEUROFTALMOLOGIA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

PEDRO LOPES LINHARES, LETICIA ARRIEL CREPALDI