Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE WILLIAMS-BEUREN: IRIS ESTRELADA

Resumo

INTRODUÇÃO
O presente estudo tem por objetivo descrever caso de íris estrelada em paciente com fenótipo de Síndrome de Williams-Beuren.

RELATO DE CASO
Paciente de 1 ano e 9 meses, internado devido a infecção oportunista em consequência de desnutrição grave, sem queixas oftalmológicas relatadas pela mãe, com parecer solicitado à oftalmologia devido à investigação de síndrome genética e atraso global do desenvolvimento. Possui as comorbidades: hipertensão, hipertrofia de ventrículo esquerdo, hipertrigliceridemia, hipercalcemia, doença renal crônica, hipotireoidismo subclínico, hérnia inguinal bilateral, e criptorquidia. Devido à impossibilidade do paciente de ausentar-se de seu leito, realizado exame à beira-leito. À ectoscopia apresentava testa larga, ponte nasal plana, queixo pequeno, boca grande, íris clara a despeito de seus pais e avós serem negros e com íris escura; além de íris com criptas proeminentes e colaretes reduzidos. Ao fundo de olho realizado em midríase com o Oftalmoscópio Binocular Indireto foi visualizado em ambos os olhos: discos ópticos regulares, aumento de tortuosidade arteriolar, maculas livres, retinas aplicadas. Paciente com diagnóstico fenotípico de Síndrome de Williams, aguarda a realização de exoma a ser realizado noutra instituição pública.

DISCUSSÃO
A Síndrome de Williams-Beuren é uma desordem genética multissistêmica, na qual ocorre uma microdeleção de uma cópia de 25-27 genes do cromossomo 7q11.23. Tal síndrome caracteriza-se por alterações craniofaciais, anormalidades cardiovasculares, hipercalcemia, atraso no desenvolvimento psicomotor, comportamento hipersociável e comunicativo.
Dentre as alterações oftalmológicas, é possível encontrar: íris estrelada, predomínio de íris azul, estrabismo, hipermetropia, anormalidades vasculares (como situs inversus e tortuosidade de arteríolas retinianas), anormalidades de disco óptico.
A alteração oftálmica mais conhecida é a iris estrelada, embora não exista critérios formais para definir a mesma. Um dos estudos se propôs a definir a íris estrelada como uma íris com criptas de Fuchs proeminentes e ausência ou redução de colaretes.

CONCLUSÃO
A Síndrome de Williams requer diagnóstico definitivo via mapeamento genético. No entanto, um diagnóstico fenotípico auxilia o paciente e seu médico assistente a alcançar um melhor seguimento multidisciplinar e melhores desfechos clínicos. O reconhecimento de sinais fenotípicos, além dos oftálmicos, pelo oftalmologista pode auxiliar no diagnóstico precoce.

Referências Bibliográficas

1. Kozel BA, Barak B, Kim CA, Mervis CB, Osborne LR, Porter M, Pober BR. Williams syndrome. Nat Rev Dis Primers. 2021 Jun 17;7(1):42. doi: 10.1038/s41572-021-00276-z. PMID: 34140529; PMCID: PMC9437774.
2. Huryn LA, Flaherty T, Nolen R, Prasov L, Zein WM, Cukras CA, Osgood S, Raja N, Levin MD, Vitale S, Brooks BP, Hufnagel RB, Kozel BA. Novel ophthalmic findings and deep phenotyping in Williams-Beuren syndrome. Br J Ophthalmol. 2023 Oct;107(10):1554-1559. doi: 10.1136/bjophthalmol-2022-321103. Epub 2022 Jun 27. PMID: 35760456; PMCID: PMC10074447.
3. Holmström G, Almond G, Temple K, et al.. The iris in Williams syndrome. Arch Dis Child 1990;65:987–9. 10.1136/adc.65.9.987

Área

OUTROS (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ANDREIA BRAGA ARAUJO MOURA, MARINA VIEIRA GONÇALVES, PRISCILLA OLIVEIRA SILVA, PRISCILA MATOSHIMA SILVA, ERIKA MARQUES DEMORI