Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO DE HPV RECORRENTE EM VIA LACRIMAL COM INTERFERON ALFA-2B: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução:
A Conjuntiva e a via lacrimal também estão susceptíveis à infecção pelo Papiloma Vírus Humano
(HPV) e às suas consequências, como neoplasias e papilomas conjuntivais, que têm maior
associação os subtipos 6 e 11, sendo disseminados por autoinoculação.
Uma característica do HPV que dificulta seu tratamento é a possibilidade de recidiva, o DNA do
vírus se liga ao da célula, replicando juntamente com elas. Assim, a ressecção da lesão
papilomatosa não garante a cura.
Podem ser realizados tratamentos adjuvantes ao cirúrgico para evitar recorrência, tendo
destaque, a Mitomicina C, que funciona interrompendo diretamente a rápida proliferação celular, e
o Interferon Alfa-2b, cujo mecanismo de ação envolve a ativação de células T e sensibilização do
sistema imunológico do hospedeiro contra células aberrantes.
Relato de caso:
Paciente feminina, 42 anos, foi atendida em consulta com lesão de aspecto vegetativo que se
externalizava do ponto lacrimal superior. A conduta inicial foi a ressecção cirúrgica e uso de
Mitomicina C (MMC) colírio 0,04%.
Após 30 dias, ocorreu a primeira recidiva, sendo realizada nova exérese e iniciado o segundo
ciclo com MMC. Como a lesão era intra-canalicular, julgou-se não ser possível seu uso peroperatório.
A segunda recidiva, agora associada a lesão pequena na carúncula, foi também seguida de
ressecção, porém, sendo acordado o uso do Interferon Alfa 2b por 12 meses, acompanhado de
vacinação contra o HPV.
Paciente mantem acompanhamento anual, estando há 2 anos sem apresentar recorrência.
Discussão:
Em diversos estudos foi comprovado o benefício adicional da associação de outras terapias à
conduta cirúrgica para o tratamento de lesões papilomatosas ocasionadas pelo HPV a fim de
minimizar as chances de recidiva.
Além disso, o tratamento com Interferon têm índices ainda maiores de sucesso, em lesões mais
avançadas e recorrentes, sem efeitos indesejados significativos. Enquanto aplicação
intraoperatória de MMC, apesar de demonstrar excelentes resultados, pode não ser tão efetiva
em lesões maiores e está mais relacionada a complicações pós cirúrgicas e reações adversas
tóxicas. Reforçando, assim, a necessidade de uma análise de todas as variáveis do caso para
melhor indicação de plano terapêutico adequado e completo.

Referências Bibliográficas

1- D Kalogeropoulos C, M Moschos M. Advances in Diagnosis and Treatment of HPV Ocular
Surface Infections. Medical Hypothesis, Discovery & Innovation Ophthalmology Journal
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from: https://doi.org/10.1016/S0161-6420(93)31629-5.

Área

OCULOPLÁSTICA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Hospital Evangélico de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

MICHELE DE AGUIAR SOUZA