Dados do Trabalho

Título

TRANSFORMAÇAO MALIGNA DE NEVUS MELANOCITICO DE COROIDE PARA MELANOMA DE COROIDE

Resumo

CASO CLÍNICO

Este estudo relata o caso de um paciente que foi examinado inicialmente em 27.02.96, sendo diagnosticado nevus melanocítico de coroide no olho direito (Figura 1). Na ocasião havia descolamento sensorial e alguns pontos de vazamento à angiografia fluoresceínica (Figura 2). A ecografia demonstrou a elevação sensorial e nenhum comprometimento das paredes do globo ocular ou estruturas periorbitárias (Figura 3). Foi realizada fotocoagulação com laser de diodo, propiciando resolução do descolamento sensorial. Foi acompanhado durante dois anos, passando mais outros dois anos sem comparecer ao controle oftalmológico. Em 18.09.2000 retornou para exame de rotina quando evidenciou-se extensa lesão tumoral com protrusão para a câmara vítrea (Figura 4) e baixa intensa da acuidade visual (vultos). Após a realização de ecografia, ressonância nuclear magnética (Figura 7) e angiografia fluoresceínica (Figuras 5 e 6) optamos pela enucleação do olho direito no dia 27.09.2000, cujo anátomopatológico mostrou tratar-se de melanoma maligno da coroide. No dia 24.10.2000 foi encaminhado para avaliação em serviço de pneumologia por apresentar nódulo pulmonar direito, identificado na tomografia computadorizada de tórax (figuras 8 e 9). Apesar da ausência de sinais ou sintomas de doença pulmonar, a tomografia computadorizada mostrava a presença de dois nódulos no pulmão direito. No dia 06.11.2000 foi submetido à toracotomia direita para ressecção de nódulos pulmonares. Foram retirados três nódulos, sendo um no lobo superior e dois no lobo médio. Teve boa evolução pós-operatória e recebeu alta no dia 10.11.2000. O exame anátomopatológico mostrou o seguinte: nódulo do lobo superior: processo inflamatório crônico granulomatoso com necrose caseosa; nódulos do lobo médio: ausência de neoplasia. Foi orientado para procurar infectologista para avaliar necessidade de tratamento para tuberculose.
Os resultados encontrados no exame anátomo-patológico macroscópico evidenciaram: globo ocular direito medindo 25 mm de diâmetro antero-posterior, súpero-inferior 25 mm, equatorial 24 mm, máximo da córnea 12 mm, coto do nervo óptico com 6 mm e, externamente, não apresentou alterações.
CONCLUSÃO
As lesões névicas merecem uma especial atenção, devendo ser acompanhadas por profissional habilitado e experiente em tumorações oculares, para que não ocorra o risco de malignização antes de um diagnóstico preciso e de uma terapêutica satisfatória.

Referências Bibliográficas

1. Albert DM. In Principles & Practice of Ophthalmology. Eds. Albert and Jakobiec. W. B. Saunders Co. Philadelphia, PA. 1994; CH 258:p.3197-3198.
2. Zimmerman LE. Malignant melanoma of the uveal tract. In Spencer WH (ed.) Ophthalmic Pathology: an Atlas and Textbook. P.2072. Philadelphia, WB Saunders, 1986.
3. Collaborative Ocular Melanoma Study Group. Histopathologic characteristics of uveal melanomas in eyes enucleated from the Collaborative Ocular Melanoma Study COMS Report No. 6. Am J Ophthalmology. 1998; 125:745-66.
4. MOREIRA Jr., C.A.; RAMOS, A.R.B.; WAHAB, S.A.; SANTOS, f>s> - Ressecção cirúrgica em bloco de melanoma maligno de coróide. Arq. Bras. Oftalmol.., 59:88-91,1996.
5. Gunduz K, Shields JA, Shields CL, et al. Surgical removal of solitary hepatic metastasis from choroidal melanoma. Am J Ophthalmology. 1998; 125:407-409.
6. Cruickshanks KJ, Fryback DG, Nondahl DM, et al. treatment Choice and Quality of Life in Patients with Choroidal Melanoma. Arch Ophthalmology. 1999; 117:461-467.
7. Shields JA, Shields CL, Donoso LA. Management of posterior uveal melanoma. Surv Ophthalmology. 1991;36:161-195.