Dados do Trabalho

Título

NECROSE DE ARTERIA ANGULAR APOS INJEÇAO DE ACIDO HIALURONICO NA GLABELA: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução:
Os preenchimentos dérmicos não cirúrgicos são considerados simples e são uma opção popular para o tratamento de rejuvenescimento facial. Os preenchedores injetáveis de ácido hialurônico (AH) são os ​​mais usados, devido à segurança, reversibilidade, variedade de formulações e aplicações. No entanto, alguns efeitos adversos podem acontecer, variando desde reações locais até raras complicações mais graves, como a perda da visão devido a oclusão vascular da artéria oftálmica, artéria central da retina ou alguns de seus ramos, causando dor súbita excruciante, cegueira persistente e necrose tecidual adicional.

Descrição do relato de caso:
MB, 36 anos, sexo feminino, iniciou quadro de dor periorbitária à esquerda associada a sensação de formigamento na pele, no trajeto da artéria angular, três dias após a aplicação de AH na glabela. Nega uso de medicações, alergias e cirurgias oftalmológicas prévias. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual (AV) 20/20 em olho direito e 20/40 em olho esquerdo, que não melhorava com correção refracional. A retinografia, em ambos os olhos, evidenciou retina e nervo óptico sem alterações. Diante disso, foi solicitada angiofluoresceinografia, que estava dentro da normalidade. Perante a queixa de baixa visão progressiva, a paciente foi submetida ao tratamento com uma injeção retrobulbar de hialuronidase e cinco sessões de câmara hiperbárica, evoluindo com melhora dos sintomas e AV 20/20 em ambos os olhos, após sete dias de tratamento.

Discussão:
Exames iniciais não mostraram alterações, mas a progressão dos sintomas indicava uma obstrução vascular. O tratamento com hialuronidase e sessões de câmara hiperbárica foi crucial para restaurar a visão normal. Este caso sublinha a importância da prontidão e da intervenção adequada para prevenir danos permanentes e garantir a segurança dos procedimentos estéticos.

Conclusão:
A injeção de AH pode trazer efeitos graves se ocorrerem erros na técnica utilizada e/ou no local de aplicação. A maioria das complicações podem ser tratadas com injeção intra-arterial ou retrobulbar de hialuronidase. Além disso, ressalta-se a importância da realização desses procedimentos somente por profissionais habilitados, que tenham a compreensão dos princípios anatômicos e fisiológicos, que podem ser empregados para reduzir o risco de consequências adversas.

Referências Bibliográficas

1. BARBOSA, Robson Radmacker Araújo. DURABILIDADE DO PREENCHIMENTO DÉRMICO COM ÁCIDO HIALURÔNICO.
2. DAHER, José Carlos et al. Complicações vasculares dos preenchimentos faciais com ácido hialurônico: confecção de protocolo de prevenção e tratamento. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 35, n. 1, p. 2-7, 2020.