Dados do Trabalho

Título

TENDENCIAS NA ABORDAGEM CIRURGICA DA CATARATA NO SUS EM PERIODO PERIPANDEMIA COVID-19: COMPARAÇAO ENTRE FACOEMULSIFICAÇAO E FACECTOMIA EXTRACAPSULAR ENTRE AS REGIOES BRASILEIRAS NOS ULTIMOS 6 ANOS

Resumo

Introdução: A catarata é a principal causa de deficiência visual reversível no Brasil, afetando 75% da população com deficiência visual, especialmente idosos. A facoemulsificação tem sido crescentemente adotada, contrastando com a escassa literatura comparativa entre o método em questão e a facectomia extracapsular durante períodos críticos.

Objetivo: Comparar a realização de facoemulsificação, com implantes de lentes intra-oculares rígidas ou dobráveis, e facectomia extracapsular, com ou sem implantes, no Brasil, no SUS, durante período peripandêmico.

Métodos: Utilizando um desenho transversal descritivo e quantitativo, o estudo analisou dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) sobre procedimentos realizados em todo o território nacional, de janeiro de 2018 a dezembro de 2023.

Resultados: A facoemulsificação (FACO) mostrou um aumento de 11.9% na média mensal de procedimentos após a pandemia, recuperando-se de uma queda de 79.2% em maio de 2020, quando atingiu 767 procedimentos nacionais. Em contraste, a facectomia extracapsular (FEC), após redução de 80.6%, atingindo 160 procedimentos nacionais, no pico pandêmico, voltou aos níveis pré-pandêmicos sem crescimento subsequente a nível nacional. A FACO registrou um CAGR nacional ("Compound Annual Growth Rate") de 1.80%, enquanto a FEC teve uma taxa de -0.41%. Regionalmente, a Região Sudeste manteve a liderança em volume de procedimentos. A Região Norte exibiu uma recuperação vertiginosa, com um aumento de 130.5% em FACO e 204.7% em FEC de 2021 para 2023. A Região Sul apresentou um aumento de 40.1% em FACO e 19.7% em FEC no período supracitado. Mesmo padrão em região Centro-Oeste foi observado, a qual apresentou aumento de 112.0% em FACO e 51.0% em FEC no mesmo intervalo de tempo. A Região Nordeste, em contrapartida, teve uma queda de 5.3% em FACO, mas um aumento de 139.5% em FEC no mesmo período.

Conclusão: O aumento nas facoemulsificações ressalta sua eficácia e modernidade, consolidando-a como a técnica preferencial no tratamento da catarata, em detrimento da facectomia extracapsular, mesmo em um cenário pós-pandêmico desafiador. Notou-se, também, um aumento significativo em procedimentos de facectomias extracapsulares em região Nordeste em período pós-pandêmico, possibilitando a reflexão sobre possível aumento de cataratas avançadas por dificuldade de acesso às cirurgias no período crítico em questão.

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