Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

COROIDOPATIA LUPICA

Resumo

Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune que afeta vários órgãos, dentre eles o olho. O envolvimento ocular ocorre em aproximadamente 30% dos casos e pode estar relacionado à atividade da doença.1 A coroidopatia lúpica é rara e atribuída a uma disfunção da coriocapilar. Clinicamente, o paciente pode apresentar-se com boa acuidade visual. As principais complicações da doença são isquemia coroidal e glaucoma secundário de ângulo fechado, porém o prognóstico é bom se houver tratamento rápido e adequado.1,2 Revisão sistematizada com metodologia: Realizado levantamento bibliográfico utilizando o bancos de dados PubMed, sendo selecionados 9 artigos de acordo com a relevância e adequação ao tema. Apesar do acometimento ocular ser frequente no LES, a coriorretinopatia é uma manifestação ocular comumente ignorada. A coroidopatia lúpica, caracterizada por descolamento seroso da retina, é uma manifestação rara da doença e afeta mais as mulheres. O quadro ocular é bilateral e sua fisiopatologia pode ser multifatorial e relacionada a hipertensão arterial descontrolada, deposição de imunocomplexos na coriocapilar e produção de anticorpos anti-epitélio pigmentar da retina.3,4 Em 3 artigos, observou-se uma associação forte entre as manifestações oftálmicas e atividade do LES, sendo que, em um deles, observou-se que pacientes com alta atividade da doença apresentaram espessamento da coróide em comparação àqueles com baixa atividade da doença, evidenciando assim, uma provável associação entre a coroidopatia e atividade aumentada do LES. A nefrite lúpica inativa não afetou a espessura da coróide. O tratamento da coroidopatia lúpica é essencialmente sistêmico e envolve pulsoterapia com metilprednisolona e/ou ciclofosfamida com foco no controle do lúpus, além do controle da pressão arterial se ela estiver descontrolada.3 Esse tratamento pode levar a remissão dos sintomas oculares. Conclusão: A coroidopatia lúpica é uma manifestação ocular do LES em sua fase ativa e indica gravidade da doença,7 sendo comum a presença concomitante de alterações renais e no SNC. O diagnóstico e o tratamento precoce reduz o risco de perda definitiva da visão e está relacionado com um melhor prognóstico.8 Portanto, recomenda-se a realização de exame oftalmológico de rastreio em pacientes com LES,9 visando identificar a coroidopatia lúpica em suas fases iniciais e a tratá-la de forma eficaz.

Referências Bibliográficas

Referências:
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8. Silpa-archa S, Lee JJ, Foster CS. Ocular manifestations in systemic lupus erythematosus. Br J Ophthalmol. 2016 Jan;100(1):135-41. doi: 10.1136/bjophthalmol-2015-306629. Epub 2015 Apr 22. PMID: 25904124.
9. Klejnberg T, Moraes Junior HV de. Alterações oculares nos pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico em acompanhamento ambulatorial. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2006Mar;69(2):233–7. doi.org/10.1590/S0004-27492006000200018

Área

GERAL (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

PEDRO LOPES LINHARES, ELISA EVANGELISTA SANTOS, LUCAS FERNANDES MAURICIO DA ROCHA, STEPHANNY PINTO DE OLIVEIRA LIMA, DANUZA DE OLIVEIRA MACHADO AZEVEDO