Dados do Trabalho

Título

Manifestações oculares do lúpus eritematoso sistêmico: uma revisão de literatura

Resumo

INTRODUÇÃO:
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune multissistêmica e possui um amplo espectro de manifestações clínicas. Não obstante, cerca de 10% dos indivíduos portadores podem apresentar acometimentos oftalmológicos e geralmente está relacionado ao efeito deletério concomitante da doença em outros órgãos. Assim, as principais manifestações são as ceratoconjuntivites e retinopatias que podem ter desdobramentos irreversíveis acometimento do nervo óptico. Ademais, o uso de hidroxicloroquina (HCQ) também possui um papel de toxicidade na retina.
OBJETIVO:
O presente estudo objetiva relacionar as principais manifestações oculares que ocorrem no lúpus eritematoso sistêmico.
METODOLOGIA:
Foi utilizada a base de dados Pubmed e Cochrane, em que foram encontrados 30 artigos e após a aplicação dos critérios específicos, incluiu-se 12 estudos transversais e longitudinais publicados entre 2019 e 2024.
RESULTADOS:
Constatou-se que pacientes jovens portadores de LES possuem uma maior propensão de desenvolver manifestações oculares quando comparados àqueles que desenvolvem a doença mais tardiamente. Outrossim, apesar da afecção ocular mais relatada no LES ser a ceratoconjuntivite seca, a vasculite retiniana pode ocorrer em 29% dos casos . Quanto aos acometimentos orbiculares, embora raros, pode ocorrer um desvio míope aguda, paniculite e vasculite orbitária, sendo que os dois últimos estão relacionados com um pior prognóstico atribuído ao acometimento neuropático. A retinopatia lúpica pode ser classificada de leve à grave e ocorre em 12% dos casos, sendo que as manifestações mais comuns são distorções visuais e anormalidades do campo visual. Além disso, pode haver uma neuropatia isquêmica lúpica decorrente da perda axonal no nervo óptico, na qual cerca de 50% dos casos evoluem para atrofia visual. Observou-se um desfecho seguro na utilização da dose de 5 mg/kg de HCQ mesmo após 5 anos de uso, entretanto, cerca de 10% dos usuários apresentaram deficiências maculares, o que demonstra a necessidade de avaliar frequentemente a mácula nesses pacientes.
CONCLUSÃO:
Apesar de não possuir um protagonismo no LES, os acometimentos oculares precisam de uma maior visibilidade devido a sua variedade de manifestações e potencial morbidade ocular. Destarte, urge que seja enfatizado a importância da avaliação oftalmológica em pacientes lúpicos anualmente preventiva, a fim de evitar um pior prognóstico desse desdobramento.

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