Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: TRATAMENTO BEM-SUCEDIDO DE ENDOFTALMITE ENDOGENA POR CANDIDA SP.

Resumo

Introdução: A endoftalmite endógena por Candida sp. é uma infecção ocular rara e grave, que pode resultar em perda significativa da visão se não for tratada de maneira adequada. Infecções fúngicas podem facilmente passar despercebidas como diagnóstico etiológico inicial de úlcera de córnea bacteriana, complicando o manejo clínico.

Objetivo: Descrever o manejo e o resultado clínico-cirúrgico de um paciente com endoftalmite endógena causada por Candida sp., destacando as intervenções terapêuticas empregadas.

Métodos: Paciente do sexo masculino, 61 anos, transplantado renal, apresentou-se com acuidade visual em olho direito de negação de percepção luminosa (NPL) devido a phthisis ocular após oclusão aguda de ângulo e em olho esquerdo de 20/400. O paciente abre quadro com uma úlcera corneana inicialmente diagnosticada como úlcera neurotrófica de 2mm de diâmetro. Porém, apesar da antibioticoterapia com colírios fortificados de vancomicina e cefuroxima não há melhora e há aumento progressivo da lesão. Em 3 semanas o paciente retorna com acuidade visual reduzida para movimento de mãos em OE e presença de hipópio inflamatório intenso com acometimento todas as camadas da córnea visto em OCT de segmento anterior. Realizou-se aspirado do hipópio com solicitação de gram e cultura e injeção intracameral de vancomicina e cefuroxima, juntamente com colírios fortificados dos mesmos antibióticos.

A cultura microbiológica revelou crescimento de Candida sp. sensível a fluconazol. O paciente foi submetido a lavagem intracameral e injeção de anfotericina B, sendo identificada perfuração corneana. Posteriormente, o paciente foi internado por 15 dias e tratado com fluconazol intravenoso, combinado com antibioticoterapia e terapia antifúngica tópica, visando controlar a endoftalmite endógena. Após resolução da infecção, foi realizado transplante tríplice de urgência em olho esquerdo.

Resultados: Trinta dias após o transplante tríplice, o paciente retornou com a córnea transparente e acuidade visual corrigida de NPL em OD e 20/100 em OE. A infecção foi controlada com sucesso e não houve recorrência durante o período de acompanhamento.

Referências Bibliográficas

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