Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA “TARSAL STRIP” EM PACIENTE COM CERATOPATIA SECUNDARIA A NEURINOMA DO ACUSTICO

Resumo

INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo expor o caso de uma paciente com neurinoma do acústico que evoluiu, após ressecção do tumor, com paresia de nervo facial e de ramo de nervo trigêmeo, com consequente ceratopatias de exposição e neurotrófica, contornada com tratamento cirúrgico.

RELATO DE CASO
Mulher de 70 anos, em pós-operatório de Ressecção de Schwanomma do VIII par esquerdo, queixa-se de vermelhidão e visão turva em olho esquerdo (OE). Ao exame constatado paresia facial periférica esquerda, ectrópio inferior em ambos os olhos (AO), maior em olho direito (OD), flacidez palpebral AO, lagoftalmo OE, anestesia de córnea OE, retração palpebral inferior OE com “scleral-show”, hiperemia de conjuntivas 3+/4+ OE, abrasão corneana extensa em OE (70% da córnea) corando à fluoresceína, e edema de córnea 2+/4+. Ausência de opacidades corneanas ou de reação de câmara anterior. Diagnosticado Ceratopatia de Exposição e Neurotrófica secundárias ao tumor e/ou trauma em VII par craniano e ramo de V par craniano esquerdos. Realizado tratamento inicial com Regencel® pomada e curativo oclusivo de troca diária até a realização de cirurgia, a qual atrasou-se devido à piora clínica da paciente. A abrasão corneana reduziu de tamanho com o tratamento tópico, mas não fechou-se por completo. Realizado cirurgia Tarsal Strip em OE após 3 semanas do início do quadro, com melhora importante de hiperemia e de quadro corneano.

DISCUSSÃO
O tratamento clínico para a ceratopatia de exposição geralmente envolve o uso de lubrificante ocular, pomada lubrificante, insulina tópica, lente de contato terapêutica, plug lacrimal, adesivo para oclusão palpebral, ou uso de toxina botulínica. Entretanto, quando há ceratopatia neurotrófica concomitante o prognóstico é pior, e comumente realiza-se o tratamento cirúrgico.
Em nosso caso escolhemos a cirurgia Tarsal Strip considerando a acessibilidade cirúrgica em nosso hospital em contraste com a aparente dificuldade de seguimento da paciente com seu contexto sócio-econômico, confirmada após alta hospitalar e posterior dificuldade da mesma em aderir ao acompanhamento ambulatorial.

CONCLUSÃO
Diante de ceratopatias de exposição e neurotrófica o acompanhamento com oftalmologista é essencial, especialmente considerando os riscos de infecção secundária, melting e perfuração corneanos. O tratamento apropriado deve ser avaliado caso a caso, considerando não só as alterações oculares mas também o contexto cognitivo, social e econômico do paciente.

Referências Bibliográficas

1. Chiu SJ, et al. Neuro-Ophthalmic Complications of Vestibular Schwannoma Resection: Current Perspectives. Eye Brain. 2021 Oct 1;13:241-253. doi: 10.2147/EB.S272326.
2. NaPier E, et al. Neurotrophic keratopathy: current challenges and future prospects. Ann Med. 2022 Dec;54(1):666-673. doi: 10.1080/07853890.2022.2045035.
3. Rogers NK, Brand CS. Acoustic neuroma and the eye. Br J Neurosurg. 1997 Aug;11(4):292-7. doi: 10.1080/02688699746069.

Área

OCULOPLÁSTICA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ANDREIA BRAGA ARAUJO MOURA, PRISCILA MATOSHIMA SILVA, PRISCILLA OLIVEIRA ANDRAUS, MARINA GONÇALVES VIEIRA, ERIKA MARQUES DEMORI