Dados do Trabalho
Título
USO DE PROPRANOLOL PARA TRATAMENTO DE HEMANGIOMA INFANTIL: RELATO DE CASO
Resumo
INTRODUÇÃO: O hemangioma infantil (HI) é uma neoplasia benigna comum na infância, com prevalência de 10%. O HI passa por fases de crescimento, estabilização e regressão espontânea em até 90% dos casos até os 10 anos de idade. Todavia, lesões com risco de ulceração, disfunção ou impacto estético podem exigir intervenção terapêutica devido às complicações associadas. O propranolol emergiu como uma opção eficaz, com menor incidência de efeitos adversos, especialmente em hemangiomas periorbitais e frontoparietais extensos.
DESCRIÇÃO: Paciente feminina, 3 meses de idade, encaminhada ao departamento de oculoplástica devido o aparecimento de tumoração localizada em canto de pálpebra superior direita (PSD) há um mês. Nasceu a termo. Nega demais sintomas. Ao exame oftalmológico: massa arroxeada, bem delimitada, em canto nasal de PSD. À biomicroscopia: olhos calmos, reflexos pupilares normais. Ao exame de motilidade: rotações normais e acompanha objetos. À fundoscopia: sem alterações em ambos os olhos. Optou-se em iniciar o tratamento com propranolol 1 ml (10mg) de 12 em 12 horas com melhora importante da lesão, além de acompanhamento com cardiologista e retorno ambulatorial em 45 dias.
DISCUSSÃO: Lesões em face ou perioculares do HI são de alto risco para desfigurações e comprometimento funcional. Indica-se terapia sistêmica, sendo propranolol a 1ª linha, com maior efeito na fase proliferativa da lesão e duração de 3 a 12 meses de tratamento, com progressão da dose de 1 até 3 mg/kg/dia em duas semanas, ajustada a cada ganho de peso e com atenção à efeito colateral como hipoglicemia ou sibilo. Objetiva-se evitar comprometimentos como astigmatismo, ambliopia e estrabismo, especialmente em HI de pálpebra superior. Excisão cirúrgica ou corticoide sistêmico ou intralesional pertencem a 2ª linha, caso haja falha terapêutica ou risco de perda de visão.
CONCLUSÃO: O manejo do HI demanda uma abordagem cuidadosa, especialmente em lesões com potencial de complicações funcionais e estéticas. Este caso ilustra a eficácia do tratamento com propranolol, droga de baixo custo, ampla disponibilidade e menor incidência de efeitos colaterais em comparação às terapias de 2ª linha. A realização do diagnóstico precoce é essencial na redução de procedimentos invasivos ou complicações, demonstrando a importância de buscar tratamentos que visem o melhor custo/benefício e a qualidade de vida do paciente. Sugere-se considerar o tratamento com Metoprolol, contudo são necessários mais estudos.
Referências Bibliográficas
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Ramos L. A Era do propranolol nos hemangiomas infantis. SPDV [Internet]. 2019Mar.26 [cited 2024May21];77(1):13.
Área
OCULOPLÁSTICA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS - Minas Gerais - Brasil
Autores
ALVARO A. MARTINS SILVA, ÂNGELO AUGUSTO STOLL LEÃO, MATEUS MACHADO DECINA, MARIANA ALVES LIMA, SANDRA CRISTINA VALLIM COSTA DE CARVALHO