Dados do Trabalho
Título
DESLOCAMENTOS E DEFEITOS DA RETINA NO BRASIL APOS O INICIO DA PANDEMIA DO COVID-19: UM PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE 2020 A 2023
Resumo
INTRODUÇÃO: Os deslocamentos e defeitos da retina são sérios problemas oculares que requerem tratamento preciso para evitar a perda irreversível da visão1. O descolamento ocorre quando a camada sensível à luz na parte posterior do olho se separa da camada subjacente, enquanto defeitos são irregularidades nessa camada, como buracos ou rasgos, comprometendo a visão e impactando significativamente a qualidade de vida1.
OBJETIVOS: Analisar as taxas de internações hospitalares associadas a deslocamentos e defeitos da retina no Brasil, de 2020 a 2023, e observar mudanças no padrão epidemiológico durante esse período.
MÉTODOS: Estudo descritivo e retrospectivo, de base populacional, utilizando dados públicos do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS), disponíveis para consulta e tabulação. Foram analisadas internações por ano de atendimento, sexo, faixa etária e etnia/raça.
RESULTADOS: Durante os quatro anos avaliados, foram registrados 106.805 casos de internações hospitalares relacionadas a deslocamentos e defeitos da retina2. Houve uma variação significativa no número de casos por ano, com um pico em 2023 (33.186 casos, 31,1%) e uma queda em 2020 (18.252 casos, 17,1%), atribuída ao impacto da pandemia de Covid19. Destes, 59.772 casos (56%) ocorreram em pacientes do sexo masculino e 47.033 (44%) em pacientes do sexo feminino2. Em relação à faixa etária, a maior incidência foi observada entre os pacientes com 60 a 69 anos, com 33.903 casos (31,8%), seguida pela faixa etária de 50 a 59 anos, com 27.980 casos (26,2%)2 . Quanto à etnia/raça, 41.795 casos (39,1%) foram identificados como pardos e 37.320 (35%) como brancos2.
CONCLUSÃO: Confirma-se a importância crucial de avaliar o perfil epidemiológico dos deslocamentos e defeitos da retina para criar políticas públicas que atendam às necessidades específicas da população, especialmente nas variáveis mais afetadas, como a faixa etária de 60 a 69 anos, o sexo masculino e a cor parda2. A pandemia de Covid-19 impactou significativamente a busca por diagnóstico e tratamento desses problemas oculares, resultando em variações nos registros de atendimento3. A ausência de dados consistentes e de qualidade sobre os atendimentos oftalmológicos no SUS destaca a necessidade de aprimorar a coleta e gestão
de informações de saúde3. Diagnósticos precoces e intervenções oportunas são essenciais para prevenir a progressão das doenças da retina e melhorar a qualidade de vida dos pacientes3.
Referências Bibliográficas
1. Smith J, Brown L. Retinal detachment: definition, causes, and treatment. Ophthalmology. 2018;125(4):576-585.
2. Ministério da Saúde (BR). DATASUS. Informações de Saúde - TabNet [Internet]. [acesso em 20 de maio de 2024]. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-desaude-tabnet/
3. Santos CR, Costa JM, Sousa PA, Pereira ML. Impacto da pandemia de Covid-19 nas
internações hospitalares por deslocamentos e defeitos da retina no Brasil. J Bras Epidemiol. 2024;40(2):220-235
Área
RETINA (trabalhos)
Categoria
Oral
Instituições
Unitpac - Tocantins - Brasil
Autores
VITORIA RESENDE LOPES, VICTORIA DE SÁ TEIXEIRA LUSTOSA, WEMERSON ALVES FERREIRA, ROBERTO ARAUJO DE OLIVEIRA FILHO, MARIA CLARA GENELHÚ CARREIRA, NATHALIA BRUM CAVALCANTI, ANNA MARIA BRINGEL DE CASTRO CRUZ, FILIPE PEREIRA MONTEIRO DE SÁ, NICOLE MOREIRA CUNHA