Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

“FOSSETA CONGENITA GIGANTE DE DISCO OPTICO: UM RELATO DE CASO”

Resumo

Introdução: A fosseta de disco óptico é uma condição rara, geralmente congênita, unilateral, localizada no quadrante inferotemporal e que ocupa de ⅛ a ¼ do disco com tamanho cerca de 500 μm. Acredita-se que seja resultado do fechamento incompleto da borda superior da fissura embrionária. Faz diagnóstico diferencial com outras anomalias congênitas do disco óptico e com a escavação da neuropatia glaucomatosa. Pode ser assintomática, causar alteração da acuidade visual devido à maculopatia ou até mesmo levar a um descolamento seroso de retina. Descrição do relato caso: Feminino, 67 anos, encaminhada para avaliação de alteração de fundo de olho com queixa de baixa acuidade visual desde a infância. Acuidade visual (AV) sem correção 20/100 e 20/20. À biomicroscopia, foi encontrada melanose racial e catarata. Pressão intraocular de 19/15 mmHg. Na fundoscopia do olho direito, escavação 0,6x0,6, fosseta de disco óptico, atrofia peripapilar alfa nasal, exsudatos duros, mácula aparentemente livre e retina aplicada. Retinografia: fosseta de disco óptico, atrofia de epitélio pigmentar da retina e sinais de maculopatia. Campo visual (CV): escotoma central. Tomografia de coerência óptica (OCT) de nervo óptico: fosseta com 1084 μm em seu maior diâmetro e com uma área aproximada de 0,60 mm2 (área do disco óptico: 2,30 mm2), afinamento da camada de fibras nervosas na mácula e presença de múltiplos cistos intraretinianos secundários à maculopatia. Após 3 meses, paciente retorna para refração. AV com refração: +2,00 -0,75 95º (20/30)/+1,50 -0,50 120°(20/20). Foi então prescrito óculos e indicado o acompanhamento. Discussão: Frente a uma suspeita de fosseta, faz-se necessária a avaliação da acuidade visual e a solicitação de exames complementares. Neste caso, o OCT mostrou a presença de fosseta gigante com sinais de maculopatia. Ainda não sabe qual a origem do fluido que leva a maculopatia, mas as teorias mais aceitas sugerem que seja proveniente da cavidade vítrea associado à tração vítrea pré-existente na mácula e no disco óptico, ou do líquido cefalorraquidiano através de uma comunicação direta da fosseta com espaço subaracnóideo. Este paciente, com correção, apresentou melhora da acuidade visual e foi então indicado o seguimento no serviço. Conclusão: Por ser uma condição rara, é importante o conhecimento do diagnóstico por parte do oftalmologista para monitorização de sinais de desenvolvimento de complicações, principalmente o descolamento seroso de retina.

Referências Bibliográficas

Rosa AAM, Nakashima Y, de Souza EC. Aspectos à tomografia de coerência óptica de fosseta congênita de nervo óptico: relato de 3 casos. Arq Bras Oftalmol. 2002;65(3):Jun.
Silva NA, Bedran MFSL, Silva FA, Rocha GMS. Dupla fosseta unilateral de disco óptico: relato de caso. Arq Bras Oftalmol. 2010;73(5)
Shah SD, Yee KK, Fortun JA, Albini T. Optic disc pit maculopathy: a review and update on imaging and treatment. Int Ophthalmol Clin. 2014;54(2):61– 78.
Nascimento MVD, Zacharias LC. Inverted internal limiting membrane flap for the management of optic disc pit maculopathy. Arq Bras Oftalmol. 2020;83(1):74-79.
Schiefer C, Kaleem MA, Aouchiche R. Diagnosis and Management of Optic Disc Pits. American Academy of Ophthalmology. EyeNet Magazine.February 2020
Joseph T. Nezgoda, M.D., M.B.A. Optic Pits. American Academy of Ophthalmology.January 2023

Área

RETINA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Instituto Suel Abujamra - São Paulo - Brasil

Autores

ERASIO DE GRACIA NETO, EVER ERNESTO CASO RODRIGUEZ, BERNARDO PRZYSIEZNY