Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

DISTROFIA DE CONES E MUTAÇÃO DO GENE ABCA4: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A distrofia de cones é um grupo de doenças genéticas raras que resultam em perda visual, anormalidades na visão de cores, escotomas centrais e grau variável de nistagmo e fotofobia. Podem variar em gravidade e progressão de pessoa para pessoa, além de diferenças genotípicas e fenotípicas resultando em consequências clínicas distintas.
DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher, 35 anos, sem comorbidades, com história de baixa acuidade visual desde a juventude; acuidade visual 20/160 em ambos os olhos (AO). Biomicroscopia e tonometria sem alterações. Fundoscopia com palidez temporal de disco óptico e alterações atróficas em região macular AO. Hipoautofluorescência em região macular AO. Tomografia de coerência óptica com alterações estruturais da retina externa, do epitélio pigmentado da retina, da membrana de Bruch e coriocapilar AO. Eletrorretinograma fotópico e escotópico subnormal AO. Potencial evocado visual preto e branco ausente AO. Solicitado painel genético com mutação nos genes ABCA4 (heterozigotia) e TCTN1 (heterozigotia). Suspeita diagnóstica de distrofia de cones corroborada pelos exames supracitados; paciente em acompanhamento clínico e reabilitação visual em setor de visão subnormal.
DISCUSSÃO: A distrofia de cones é altamente heterogênea geneticamente, com mais de uma dúzia de genes identificados como causadores da doença, podendo ser de herança autossômica dominante, recessiva ou ligada ao X. A causa identificável mais comum de distrofia cone-bastonete recessiva não sindrômica são as mutações no ABCA4, que são associadas a uma vasta variabilidade fenotípica. O desafio é a elucidação das etapas que levam de uma mutação genética à degeneração de fotorreceptores. O manejo atual inclui o diagnóstico correto, auxiliado por testes genéticos moleculares, oferecendo prognóstico preciso, aconselhamento genético e recursos de reabilitação visual.
CONCLUSÃO: A distrofia de cones é uma condição oftalmológica complexa que requer uma abordagem multidisciplinar para diagnóstico, manejo e tratamento. A pesquisa contínua é crucial para expandir nosso entendimento da doença e desenvolver terapias mais eficazes para beneficiar os pacientes afetados.

Referências Bibliográficas

1. Michaelides M, Hunt DM, Moore AT. The cone dysfunction syndromes. Br J Ophthalmol. 2004 Feb;88(2):291-7. doi: 10.1136/bjo.2003.027102.
2. Jaffal L, Mrad Z, Ibrahim M, Salami A, Audo I, Zeitz C, El Shamieh S. The research output of rod-cone dystrophy genetics. Orphanet J Rare Dis. 2022 Apr 23;17(1):175. doi: 10.1186/s13023-022-02318-5.
3. Gill JS, Georgiou M, Kalitzeos A, Moore AT, Michaelides M. Progressive cone and cone-rod dystrophies: clinical features, molecular genetics and prospects for therapy. Br J Ophthalmol. 2019 Jan 24;103(5):711–20. doi: 10.1136/bjophthalmol-2018-313278.
4. Khan AO, Bolz HJ. Pediatric Cone-Rod Dystrophy with High Myopia and Nystagmus Suggests Recessive PROM1 Mutations. Ophthalmic Genet. 2015;36(4):349-52. doi: 10.3109/13816810.2014.886266.
5. Hamel CP. Cone rod dystrophies. Orphanet J Rare Dis. 2007 Feb 1;2:7. doi: 10.1186/1750-1172-2-7.
6. Aboshiha J, Dubis AM, Carroll J, Hardcastle AJ, Michaelides M. The cone dysfunction syndromes. Br J Ophthalmol. 2016 Jan;100(1):115-21. doi: 10.1136/bjophthalmol-2014-306505.

Área

RETINA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal Fluminense - Hospital Universitário Antônio Pedro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

MARINA GONÇALVES VIEIRA, PRISCILLA OLIVEIRA ANDRAUS, ANDRÉIA BRAGA ARAÚJO MOURA, KAROLINA BORTOLINI MAGEVSKI, EMERSON MONTEIRO TAVARES DE LIMA, RAUL NUNES GALVARRO VIANNA