Dados do Trabalho

Título

PANORAMA EPIDEMIOLOGICO DO TRANSPLANTE DE CORNEA NO BRASIL NOS ULTIMOS 5 ANOS

Resumo

Introdução: As doenças da córnea estão entre as principais causas de cegueira reversível no mundo. O transplante de córnea (TC) emerge como uma intervenção altamente eficaz, capaz de proporcionar a recuperação visual. O TC é o procedimento de maior sucesso entre os transplantes, pois a córnea é desprovida de vasculatura, minimizando o risco de rejeição do enxerto. Ainda, o TC é o transplante mais realizado no Brasil, país onde se encontra o maior sistema público de transplantes do mundo. Objetivo: O estudo visa examinar dados epidemiológicos sobre o TC no Brasil, a fim de avaliar tendências e fornecer um panorama geral baseado na análise dos últimos 5 anos. Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo com dados obtidos no Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), entre janeiro de 2019 a dezembro de 2023. Resultados: O número total de TC realizados no período de 2019 a 2023 foi 64.711. A região Norte apresentou o maior aumento (+78,15%) de TC, enquanto a região Centro-Oeste foi a de maior redução (-4,15%) ao longo do período analisado. Em relação aos estados, o maior aumento percentual de TC foi observado no estado do Pará (+104,38%), e a maior redução ocorreu no Acre (-75%). No que diz respeito ao número total de TC, foi identificado aumento de 6,86%. A fila de espera de 2023 apresentou aumento (+1,32%) em relação a 2019, bem como o pelo ingresso em lista (+9,11%). Conclusão: O aumento absoluto de TC ao longo do período analisado, associado ao aumento da fila de espera e de ingresso à lista, apontam para uma demanda crescente do procedimento. Isso corrobora com a importância de se desenvolverem estratégias para suprir essa demanda e assegurar que tanto o processo como a informação sobre o TC sejam ampliados e acessíveis. Em relação às discrepâncias regionais no TC, as variações podem ser atribuídas a disparidades na infraestrutura de saúde e na distribuição de recursos hospitalares, bem como a desigualdades de acesso a cuidados médicos nas diferentes regiões do Brasil. Demais fatores contribuintes envolvem padrões culturais, programas de estímulo, legislação adequada, nível socioeducacional e infraestrutura médica para captação e correto aproveitamento dos órgãos e tecidos.

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