Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

ESTRABISMO RESTRITIVO ASSOCIADO A ORBITOPATIA DE GRAVES: USO DE TOXINA BOTULÍNICA PRÉ-OPERATÓRIA

Resumo

INTRODUÇÃO: A orbitopatia de Graves (OG) é a manifestação extratireoidiana mais comum da doença de Graves. Esse processo inflamatório afeta os tecidos orbitais e prejudica a qualidade de vida dos pacientes. A toxina botulínica-A (BTX-A) corrige temporariamente o estrabismo restritivo e alivia sintomas enquanto se aguarda a cirurgia. Este relato discute a aplicação do uso da BTX-A no período pré operatório.RELATO DO CASO: Paciente, 59 anos, sexo feminino, com doença de Graves, queixava-se de diplopia e limitação ocular. Apresentava acuidade visual normal, desvio na posição primária do olhar de HTE20 / ET´10 + HTE´15. Biomicroscopia: hiperemia, quemose e retração palpebral de 3mm em ambos os olhos. Exames laboratoriais mostraram aumento dos anticorpos anti-receptor de TSH e anti-TG. A ressonância magnética de crânio evidenciou espessamento dos músculos extraorbitários, principalmente à direita. Foi submetida à aplicação de BTX-A 5U no músculo reto inferior do olho direito, corrigindo os desvios. Durante sete meses, permaneceu assintomática no exame estrabológico, e, após um ano, a diplopia recidivou, mas a doença estava estabilizada, com exames dentro dos valores de referência, permitindo a realização da cirurgia. No exame pré-operatório: CTcc ET10 + HTD30 / ET’15 + HTD12. Foi submetida a recuo dos músculos reto inferior direito, reto inferior esquerdo e reto medial esquerdo, atingindo resultado positivo no exame pós-operatório de um mês, com H(T) de OD2 + foria. A paciente obteve benefício considerável por três meses e aguarda avaliação palpebral. DISCUSSÃO: Pacientes com OG frequentemente desenvolvem oftalmopatia restritiva devido ao edema dos músculos extraoculares, infiltração de células inflamatórias e fibrose, causando estrabismo, diplopia e retração da pálpebra superior. O diagnóstico precoce e a intervenção multidisciplinar endócrino-oftalmológica são essenciais. Os glicocorticóides são a base do tratamento, mas podem ser insuficientes. O Botox-A, uma neurotoxina que paralisa músculos ao bloquear impulsos nervosos, é usado para corrigir estrabismo e equilibrar a posição ocular. Além disso, inibe a proliferação de fibroblastos orbitais, envolvidos na inflamação e fibrose orbital. CONCLUSÃO: Apesar dos avanços na compreensão da patogênese, a OG permanece um desafio diagnóstico e terapêutico. Intervenções visam estabilizar a tireoide, reduzir a inflamação, regular a função imunológica e usar BTX-A para aliviar sintomas e corrigir o estrabismo.

Referências Bibliográficas

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Área

ESTRABISMO (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Hospital de Olhos Hilton Rocha - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIELA FREITAS MOREIRA, GABRIELA PICCHIONI BAÊTA, MARIA DE LOURDES MOTTA MOREIRA VILLAS BOAS, PEDRO IVO COSTA MORAIS DE ASSIS