Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

PSEUDOTUMOR CEREBRAL DE ORIGEM UREMICA EM PACIENTE PEDIATRICO

Resumo

Introdução
Relato de Caso
O pseudotumor cerebral é uma condição caracterizada pelo aumento da pressão
intracraniana, sem sinais de massa, inflamação meníngea ou obstrução do fluxo venoso
em imagens neurorradiológicas, e com composição normal do líquido cefalorraquidiano1.
Sua fisiopatologia ainda não está totalmente compreendida, mas fatores de risco
conhecidos incluem obesidade e sexo feminino2.
Paciente SSBS, 7 anos, sexo feminino, foi atendida no Hospital Universitário Pedro
Ernesto em outubro de 2023 por suspeita de alteração fundoscópica em consulta
oftalmológica prévia. OD 20/100 (-4,00esf -1,00cil x20° e OE 20/60 (-2,00esf -0,75cil
x105°). À fundoscopia, apresentava disco óptico de contornos irregulares, hiperemiado,
elevado hemorragias. Evidenciado discromatopsia em ambos os olhos ao teste de
Ishihara. Ressonância Nuclear Magnética de crânio e de órbitas revelou alargamento das
bainhas liquóricas dos nervos óticos e retificação do contorno orbitário no plano dos
discos ópticos, além de sela "vazia" no estudo da hipófise, sugerindo síndrome de
hipertensão liquórica. Foi internada para realização de exames laboratoriais e punção
lombar, sendo evidenciada doença renal crônica estágio 5 com indicação de diálise e
pressão de abertura normal. Após hemodiálise, evoluiu com queda da uremia e melhora
da acuidade visual direita (OD 20/40 e OE 20/40) associado à resolução do edema de
papila.
Discussão
O pseudotumor cerebral é uma doença com várias etiologias, sendo as principais,
idiopática e medicamentosa, com cursos clínicos que costumam ser benignos. Uremia em
criança, provavelmente por glomerulonefrite rapidamente progressiva, como o caso, não
é comumente reportado como causa. Neste caso, q importância do exame oftalmológico
acurado, identificando um edema de papila bilateral, e de uma propedêutica
multidisciplinar foi fundamental para a elucidação etiológica e para o melhor desfecho
clínico possível. De qualquer forma, quadros crônicos de edema de papila podem levar a
distúrbios visuais irreversíveis, mesmo após a resolução do edema.
Conclusão
Referências Bibliográficas
Embora existam diversas formas de tratamento do pseudotumor que podem ser bem-
sucedidas individualmente, normalmente é necessária uma abordagem multimodal para
acompanhamento desses casos3. O tratamento precoce é importante para evitar alterações
permanentes da visão e atrofia do nervo óptico4.

Referências Bibliográficas

1. Galvin JA, Van Stavern GP. Clinical characterization of idiopathic intracranial
hypertension at the Detroit Medical Center J Neurol Sci. 2004; 223:157–60.

2. McGeeney BE, Friedman DI. Pseudotumor cerebri pathophysiology. Headache. 2014
Mar;54(3):445-58. doi: 10.1111/head.12291. Epub 2014 Jan 16. PMID: 24433163.
3. Kaya, Bulent; Altun, Eda; Paydas, Saime; Balal, Mustafa. Pseudotumor Cerebri
Associated with Uremia and NSAIDs. Saudi Journal of Kidney Diseases and
Transplantation 26(3):p 602-603, May–Jun 2015. doi: 10.4103/1319-2442.157413.
4. Dave SB, Subramanian PS. Pseudotumor cerebri: an update on treatment options.
Indian J Ophthalmol. 2014 Oct;62(10):996-8. doi: 10.4103/0301-4738.145991.

Área

NEUROFTALMOLOGIA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Uerj HUPE - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

FILIPI BARTHOLAZI FRANCA, LUIZA MACEIRA NEVES , IGOR ANDRE TELLES DA CUNHA , CARINE BRAGANCA SOBREIRA VIEIRA , THAIS SOBREIRA GONCALVES , BETTINA CUNHA DECNOP, ANA CRISTINA CARTAGENES DOS SANTOS , MANOELLA DA CUNHA GOMES PEREIRA, MARIAMA DE ALMEIDA FERREIRA , CLARA ELISA CASTRO, CAMILLA QUIZA VARGAS, RICARDO LIMA DE ALMEIDA NEVES