Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

MANIFESTAÇOES ATIPICAS DO HERPES ZOSTER OCULAR EM IDADE PEDIATRICA

Resumo

Introdução
A reativação do vírus Varicela-Zóster (VVZ) no nervo trigêmeo, na divisão oftálmica, ocorre a Herpes Zóster Ocular (HZO). A HZO está principalmente associada à faixa etária, seu risco de desenvolvimento aumenta proporcionalmente com a idade. A imunossupressão, estresse e uso de corticosteróides também são fatores de risco que contribuem para a reativação viral. O sinal de Hutchinson (lesão em ponta do nariz) indica acometimento do nervo nasociliar, ramo da divisão oftálmica do nervo trigêmeo, que é o sinal de maior risco de acometimento ocular. O objetivo deste relato é apresentar uma paciente pediátrica com HZO e suas complicações pós-infecção de cicatrizes corneanas e média midríase paralítica ipsilateral.
Descrição do relato de caso
Paciente de 14 anos, sexo feminino, queixa de baixa acuidade visual e fotofobia em Olho Esquerdo (OE) há 2 anos, relacionada à infecção ativa prévia de herpes zóster facial, a qual apresentou lesão crostosa maculo papular dolorosa e pruriginosa acometendo a região nasal (sinal de Hutchinson) e frontal à esquerda, acometendo região inervada pelo ramo oftlámico do nervo trigêmeo, associada a dor ocular em OE. Realizou tratamento ambulatorial com aciclovir via oral e pomada. No momento, apresentava acuidade visual sem correção 20/20 em Olho Direito (OD) e 20/200 em OE, ao exame com melhor correção, 20/20 em OD e 20/100 em OE. Exame biomicroscópico sem alterações em OD e média midríase paralítica em 360º, Ceratite Puntata Difusa e irregularidade corneana em OE, apresenta ausência de pseudo-dendritos na iluminação difusa de azul de cobalto após colocação de colírio de fluoresceína em Ambos os Olhos (AO). PIO de 16 mmHg em AO. Exame de fundoscopia com retina aplicada, escavação fisiológica, disco óptico róseo, vasos e mácula de aspecto fisiológico.
Discussão
A HZO é recorrente em idades mais avançadas, diferente do caso mencionado. É raramente associado a crianças e jovens, sendo um indicador para realizar uma busca ativa de imunodeficiências. Neste relato evidencia-se um achado incomum, como a presença de média midríase paralítica, a qual geralmente ocorre uma miose em baixa porcentagem dos casos.
Conclusão
O diagnóstico é feito através da anamnese e avaliação das manifestações. O tratamento impede a progressão da doença, a possibilidade de baixa de acuidade visual, assim como o aparecimento de mais complicações. Importante o acompanhamento oftalmológico periódico, pelos achados atípicos da patologia.

Referências Bibliográficas

1. Minor Megan, Payne Ethan. Herpes Zoster Ophthalmicus. StatPears Publishing. 2023 Aug 14.
2. Tofade Toluwalase O, Chwalisz Bart K. Neuro-ophthalmic complications of varicella-zoster virus. Current opinion in ophthalmology. 2023 Aug 21:470-475.
3. Adan Consuelo Bueno Diniz, Freitas Denise de. Herpes zoster oftálmico em crianças. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 1994 Dec:377-380.
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Área

GERAL (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Iguaçu - UNIG - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

GABRIELLE GUERRA MOREIRA DA SILVEIRA, GABRIEL DE SOUSA PEREIRA, LEONARDO DE SOUSA PEREIRA