Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: LOOP VASCULAR EM FUNDOSCOPIA

Resumo

INTRODUÇÃO
As malformações vasculares decorrentes de predisposição genética, deficiência de elastina ou tração vítrea (3), são na maioria assintomáticas. Porém, as complicações decorrentes de tal patologia podem levar a casos de cegueira (7). A observação de redução da acuidade, miodesopsia, amaurose transitória ou aparecimento de escotoma, além de sinais como hifema, hemorragia vítrea, hemorragia retiniana ou edema isquêmico fazem necessário avaliação rápida e correto manejo do especialista (6).

RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 76 anos, branca, procurou atendimento na Unidade Paulista de Oftalmologia (UPO) para acompanhamento de rotina, sem queixas. Refere Hipertensão Arterial Sistêmica, e Facoemulsificação prévia com colocação de lentes intraoculares em ambos os olhos.
Paciente apresentou acuidade visual de 20/20 bilateral. À biomicroscopia não foram observadas alterações.
Na fundoscopia observou-se no olho direito disco óptico corado e bem delimitado, escavação fisiológica, com atrofia peripapilar, mácula livre e um loop vascular, registrado em retinografia (Figura 1). Já, no olho esquerdo, observou-se um aumento da tortuosidade vascular (Figura 2).

Figura 1 - Loop vascular no olho direito e aumento da tortuosidade vascular.

Figura 2 - aumento da tortuosidade no olho esquerdo.

DISCUSSÃO
As anomalias vasculares presentes na rotina oftalmológica variam de macrovasos, tortuosidades até cruzamentos (2). Além desses, a presença de um loop vascular é um evento possível seja devido a deficiência de elastina, predisposição genética ou tração vítrea no disco (3). Esta rara anomalia é em grande maioria arterial e bilateral (4).
Com isso, faz-se necessária a avaliação de possíveis consequências do loop vascular, tais quais hemorragia vítrea, oclusão arterial retiniana, hemorragia pré retiniana e hemorragia subretiniana (6,7).
A hemorragia vítrea originada do loop vascular geralmente ocorre após atividade extenuante, sendo na maioria dos casos leve, sem necessidade de vitrectomia (8).
Já a oclusão arterial retiniana ocorre exclusivamente em loop arterial, sendo passível a perda visual completa (9). É uma complicação rara. Ocorre devido a trombose ou torção da alça vascular (10).

CONCLUSÃO
O loop vascular, na grande maioria arterial e congênito, é uma anomalia presente em patologias oftalmológicas. Portanto, tal qual o caso apresentado, o paciente que apresenta a malformação vascular que leva a um loop arterial deve ser acompanhado com oftalmologista

Referências Bibliográficas

REFERÊNCIAS

1. Mansour AM, Kozak I, Saatci AO, Ascaso FJ, Broc L, Battaglia M, Olivier N, Gili P, Chhablani J, Hedges TR, Honrubia A, Gutierrez L, Panozzo G, Català J, Díaz J, Carreras E, Kadayifcilar S, Al Kahtani ES, Uwaydat SH, Lima LH, Mansour HA, Khan HA, Aaberg TM Jr, Bovino JA, Hunyor AP. Prepapillary vascular loop-a new classification. Eye (Lond). 2021 Feb;35(2):425-432. doi: 10.1038/s41433-020-0859-3. Epub 2020 Apr 14. PMID: 32291404; PMCID: PMC8027617.
2. Awan KJ. Arterial vascular anomalies of the retina. Arch Ophthalmol. 1977;95:1197–202.
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3. Degenhart W, Brown GC, Augsburger JJ, Magargal L. Prepapillary vascular loops. Ophthalmology. 1981;88:1126–31.
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5. Rahimy E, Rayess N, Talamini CL, Kaiser RS. Traumatic prepapillary loop torsion and associated branch retinal artery occlusion. JAMA Ophthalmol. 2014;132:1376–7.
6. de Saint-Martin G, Bresson T, Trélohan A. Malformation veineuse rétinienne : à propos d’un sujet asymptomatique [Retinal venous malformation]. J Fr Ophtalmol. 2018 Jan;41(1):96-97. French. doi: 10.1016/j.jfo.2017.04.016
7. Epub 2017 Dec 28. PMID: 29290460.
8. Youssoufou Souley AS, Alsubari A, Chammout FZ, et al. [Prepapillary vascular loop with vitreous traction] J Fr Ophtalmol. 2018;41:1002.
9. Brown G, Tasman W. Congenital Anomalies of the Optic Disc. New York, NY: Grune & Stratton; 1983
10. Brown GC, Magargal L, Augsburger JJ, Shields JA. Preretinal arterial loops and retinal arterial occlusion. Am J Ophthalmol, 1979;87: 646-51.