Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

SINAL DO DISCO VOADOR NA TOXICIDADE POR HIDROXICLOROQUINA - UM MARCADOR PRECOCE: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A Hidroxicloroquina (HCQ), reconhecida como antimalárico, é usada para tratar condições reumatológicas como o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) devido às suas propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias. Porém, altas doses ou uso crônico podem causar efeitos colaterais graves, como retinopatia induzida por fármacos. O caso a seguir envolveu o diagnóstico precoce de retinopatia em paciente sob tratamento com HCQ durante exames oftalmológicos complementares. RELATO DO CASO: Paciente sexo feminino, 73 anos, portadora de LES em uso crônico de HCQ, queixa-se de BAV AO e chega à consulta para propedêutica cirúrgica pré-facoemulsificação. Ao exame: Acuidade Visual com Correção (AVc) de 20/40 ambos os olhos (AO). À biomicroscopia, catarata punctata 2+/4. Fundoscopia, autofluorescência, teste de visão de cores e retinografia normais. Campo visual em andamento. Ao OCT, presença de contorno foveal ligeiramente retificado com perda focal da junção interna e externa dos fotorreceptores (IS/OS) em região perifoveal e afinamento da retina externa AO. Abaixo do centro da fóvea a retina externa permanecia intacta, com aparência ovóide. Tal achado é denominado "The Flying Saucer" (sinal do disco voador). Ademais, o mapa demonstrando espessura foveolar estava normal, com ausência de fluido intra ou sub-retiniano ou áreas de tração. Foi aventada hipótese diagnóstica de retinopatia tóxica por HCQ, e suspensa a medicação após notificação ao reumatologista. DISCUSSÃO: A HCQ é amplamente utilizada no tratamento de doenças reumatológicas, como o LES. No entanto, doses e duração do tratamento devem ser cuidadosamente monitoradas devido ao risco de efeitos colaterais graves, como retinopatia tóxica. Este fármaco tem afinidade por células pigmentadas oculares como a íris e a coróide, além de gerar depósitos no epitélio pigmentar da retina, afetando fotorreceptores e causando degeneração retiniana externa, com sintomas de baixa acuidade visual. O diagnóstico é feito através do exame básico e propedêutica, com recomendação de suspensão do medicamento. CONCLUSÃO: A disfunção retiniana é o principal efeito colateral ocular da HCQ. Sem diagnóstico precoce e interrupção do medicamento, pode causar perda visual bilateral grave. Intervenção precoce teve desfecho positivo, destacando a importância do monitoramento rigoroso. Ferramentas de triagem modernas permitem detecção precoce de toxicidade, crucial para o prognóstico visual.

Referências Bibliográficas

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Área

RETINA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

SANTA CASA BH - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIELA PICCHIONI BAETA, GABRIELA FREITAS MOREIRA, PEDRO IVO COSTA MORAIS ASSIS, ANA CRISTINA PICCHIONI BAETA