Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE TAY- SACHS: UM RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO
A doença de Tay-Sachs é uma doença neurodegenerativa rara, autossômica recessiva do metabolismo dos esfingolipídeos, devido a deficiência de enzimas lisossômicas necessárias para a sua degradação - a enzima β hexosaminidase A -, com consequente acúmulo de gangliosídeos GM2 na região neuronal.1,2,3 Na maioria dos casos, a doença se manifesta na forma infantil, com os distúrbios mais graves do sistema nervoso. Na forma juvenil, os sintomas aparecem na adolescência, e de forma ainda mais rara o início tardio nos adultos.4
CASO CLÍNICO
BRBN, sexo masculino, 1 ano e 8 meses, filho de pais hígidos não consanguíneos. Aos 6 meses de idade, apresentou perda dos marcos de crescimento anteriormente adquiridos como sentar e tônus cervical. Paciente com quadro de crises convulsivas recorrentes, espasmos em extensão de membros várias vezes ao dia e de curta duração.
Ao exame oftamolológico: não obedece à comandos, então não é possível testar motricidade ocular extrínseca. Ausência de estrabismo e de fixação do olhar. Ao mapeamento de retina em ambos os olhos: discos ópticos algo pálidos, bem delimitados, “máculas em cereja” e retinas aplicadas.
Potencial Evocado Visual: Sinais de acentuado comprometimento bilateral parcial das vias visuais
RM crânio: Tênue hipersinal em T2 sugestivo de atraso na mielinização. Alteração do sinal predominantemente hiperintenso em T2 comprometendo os núcleos da base e tálamos. Hiperdensidade comprometendo tálamos.
Hexosaminidase A plasmática: 7% (Valor de referência: 58-68%)
Mantido acompanhamento e manejo de sintomas.
DISCUSSÃO
A doença de Tay Sachs geralmente se manifesta entre 3 e 6 meses de vida.5 Pode se manifestar com incapacidade para sustentar a cabeça e sentar sem apoio, crises convulsivas, hipotensão, nistagmo e mácula em cereja.5 No caso apresentado, é possível verificar uma apresentação típica da doença infantil, incluindo a mácula em cereja.
CONCLUSÃO
Diante da alta letalidade da doença, é importante ressaltar que, muitas vezes, os achados oftalmológicos vão contribuir fortemente para a hipótese diagnóstica. Por isso a importante desses pacientes que tem a possibilidade desse diagnostico. Vale lembrar de que durante o tratamento o principal objetivo é dar qualidade de vida para o paciente e para os pais, uma vez que ainda não há tratamento especifico para a doença.

Referências Bibliográficas

1. Rucker JC, Shapiro BE, Han YH, Kumar AN, Garbutt S, Keller EL, Leigh RJ. Neuro-ophthalmology of late-onset Tay-Sachs disease (LOTS). Neurology. 2004 Nov 23;63(10):1918-26. doi: 10.1212/01.wnl.0000144275.76658.f4.
2. Aragão RE, Ramos RM, Pereira FB, Bezerra AF, Fernandes DN. 'Cherry red spot' in a patient with Tay-Sachs disease: case report. Arq Bras Oftalmol. 2009 Jul-Aug;72(4):537-9. doi: 10.1590/s0004-27492009000400019.
⁠3. Zhang J, Chen H, Kornreich R, Yu C. Prenatal Diagnosis of Tay-Sachs Disease. Methods Mol Biol. 2019;1885:233-250. doi: 10.1007/978-1-4939-8889-1_16.
4. Solovyeva VV, Shaimardanova AA, Chulpanova DS, Kitaeva KV, Chakrabarti L, Rizvanov AA. New Approaches to Tay-Sachs Disease Therapy. Front Physiol. 2018 Nov 20;9:1663. doi: 10.3389/fphys.2018.01663.
5. Ramani PK, Parayil Sankaran B. Tay-Sachs Disease. [Atualizado 25 Jan 2023]. StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; Jan. 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK564432/

Área

NEUROFTALMOLOGIA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

PRISCILLA OLIVEIRA ANDRAUS, LUIZ CLÁUDIO SANTOS DE SOUZA LIMA, ERMES RODRIGUES MACHADO FILHO, MARINA GONÇALVES VIEIRA, ANDRÉIA BRAGA ARAÚJO MOURA, GABRIELA DA SILVA RAMOS, ALEXANDRE RIBEIRO FERNANDES, YUNEN MIKHAEL ANDRAUS