Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

EVOLUÇÃO FAVORÁVEL DE PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR CONJUNTIVAL: UM RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: O carcinoma espinocelular (CEC) conjuntival é a neoplasia maligna mais comum da superfície ocular, acometendo principalmente homens em idade avançada. A incidência varia de 0,28-0,41 para cada 100.000 indivíduos na América do Sul e Central. De etiologia multifatorial, tem a exposição aos raios ultravioletas como principal fator de risco envolvido em sua etiopatogenia, podendo também destacar o tabagismo, infecção por HPV e imunossupressão. Cerca de 30% dos casos são assintomáticos, contudo, na vigência de sintomas, apresentam hiperemia ocular, ardência, sensação de corpo estranho e a percepção de massa crescente na superfície do olho. Em casos avançados, nota-se ulceração com dano à acuidade visual(4). DESCRIÇÃO DO CASO: Homem, 82 anos, comparece ao consultório queixando hiperemia ocular há mais de um ano, com hipótese diagnóstica prévia de pterígio no olho esquerdo. Pseudofácico nos dois olhos. Acuidade visual para longe com correção 20/20 e para perto J1 sem adição, em ambos os olhos. À biomicroscopia, observou-se lesão conjuntival temporal inferior elevada e vascularizada, de bordas irregulares, medindo aproximadamente 7x7 mm junto a hiperemia adjacente. Teste com azul de Toluidina positivo na lesão, sendo submetido à citologia de impressão com estudo anatomopatológico evidenciando carcinoma de células escamosas da superfície ocular. Como abordagem terapêutica inicial, fez uso de Mitomicina-C 0,02% 1 gota de 6 em 6 horas e, posteriormente, exérese da lesão com bordas livres, associada à crioterapia. Foi mantida a Mitomicina por um mês pós-cirurgia. Paciente evoluiu de forma favorável com remissão completa do quadro após tratamento. DISCUSSÃO: Devido a inespecificidade dos sintomas, frequentemente o diagnóstico do paciente com CEC conjuntival é confundido com doenças de caráter benigno, como pterígio. Podendo assim, retardar o tratamento adequado, com risco de comprometer a visão do paciente. CONCLUSÃO: O bom prognóstico da doença é relacionado ao diagnóstico precoce e a boa resposta ao tratamento. Dessa forma, é necessário um exame oftalmológico minucioso, em especial a biomicroscopia. É de suma importância conhecer as características de malignidade das lesões conjuntivais para identificar anormalidades, bem como lançar mão de exames complementares quando necessário, possibilitando a detecção precoce de neoplasias e a intervenção eficaz antes do agravamento do quadro e o desenvolvimento de sequelas.

Referências Bibliográficas

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Área

ONCOLOGIA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE - Minas Gerais - Brasil

Autores

LUMA CORREIA ROCHA, LAURA MOREIRA GOMES, ELLEN KELLER ALVES ALMEIDA, RAPHAELA MARQUES MOREIRA, FILIPE GARCIA MOREIRA