Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

TOXOPLASMOSE OCULAR ATIPICA EM PACIENTE MASCULINO PORTADOR DE LUPUS

Resumo

INTRODUÇÃO
Descrever quadro de uveíte difusa em paciente em investigação para Lúpus.
RELATO DE CASO
Paciente W.Q.F., masculino de 23 anos, internado na enfermaria de reumatologia para investigação de febre vespertina intermitente associada a esplenomegalia e bicitopenia (anemia + plaquetopenia). Queixava-se de floatters, fotofobia e redução da sensibilidade ao contraste. Na investigação, foi identificado FAN e Anti-DNA reagentes que fecharam diagnóstico de Lúpus. Realizou Aspirado e Biópsia de medula óssea que descartou doenças hematológicas. Na primeira avaliação oftalmológica sua acuidade visual era de 20/50 em olho direito (OD) e 20/30 em olho esquerdo (OE), olhando para a tabela de Amsler notou escotoma para central em OD e metamorfopsia em ambos olhos (AO). A Biomicroscopia mostrava celularidade e flair 3+/4+ em câmara anterior AO e precipitados ceráticos granulomatosos. Opacidade de meio ao fundo de olho por conta de vitreíte, exsudatos profundos em retina com distribuição multifocal em ambos olhos, sem demais alterações. Diante do quadro, iniciamos a propedêutica com sorologias que positivaram para Toxoplasmose IgG e IgM e CMV. Foi aventada a possibilidade de o quadro infeccioso agir mimetizando o quadro de LES ou agir como gatilho para o início do LES. Foi iniciado tratamento com sulfametoxazol + trimetoprima por 6 semanas associado a corticoide sistêmico. O paciente teve melhora dos sintomas. Acuidade visual de OD é 20/50 e OE melhorou para 20/20, paciente mantém metamorfopsia e escotoma paracentral em OD. OCT revelou desorganização da retina interna na região foveolar de OD associado a membrana epirretiniana AO. O paciente está em uso de prednisona 20mg/dia e realizou pulsoterapia com ciclofosfamida.
DISCUSSÃO
As manifestações atípicas da toxoplasmose podem ser identificadas em situações de imunossupressão. Normalmente, a retinite é unilateral e associada à inflamação vítrea. Em imunocomprometidos, geralmente é mais agressiva, apresentando lesões necrosantes extensas, multifocais e, às vezes, bilaterais como no caso em questão, dificultando o diagnóstico diferencial
CONCLUSÃO
A apresentação de toxoplasmose ocular bilateral é rara, e a terapia deve ser acompanhada de investigação para imunossupressão. O uso de imunossupressores deve ser realizado com cautela e o acompanhamento multidisciplinar é de grande valia para identificar com antecedência qualquer evento adverso.

Referências Bibliográficas

1. Pichi F, Invernizzi A, Tucker WR, Munk MR. Optical coherence tomography diagnostic signs in posterior uveitis. Prog Retin Eye Res. 2020;75:100797.
2. Oréfice F, Cunha Filho R, Barboza AL, Oréfice JL, Calucci D. Toxoplasmose ocular adquirida: toxoplasmose ocular pós-natal. Rev Bras Oftalmol. 2010;69(3):184-207.
3. Oréfice F. Uveíte clínica cirúrgica: texto & atlas. 2a ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2005.
4. Commodaro AG, Belfort RN, Rizzo LV, Muccioli C, Silveira C, Burnier MN Jr, et al. Ocular toxoplasmosis: an update and review of the literature. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009;104(2):345-50.

Área

UVEÍTES (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

UFF - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

DAVI TRES VIEIRA GOMES, EDUARDO DE FRANCA DAMASCENO, VINICIUS SANDE MIGUEL