Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

CELULITE PRE-SEPTAL EM PACIENTE COM HISTORIA DE DACRIOCISTITE CRONICA APOS CELULITE POR ESPOROTRICOSE

Resumo

INTRODUÇÃO
Este estudo visa abordar um caso de paciente pediátrica com internação prévia de celulite pré-septal refratária, desenvolveu dacriocistite crônica e agudizações da celulite.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, escolar de 9 anos, iniciou quadro de dor ocular leve, edema periorbital e hiperemia em olho direito (OD). Negava outros sintomas ou história de trauma / infecção recente. Tinha história de internação há 4 anos por edema, hiperemia e saída de secreção purulenta de lesão papular única em OD, compatível com diagnóstico de celulite periorbitária. Na época, foi iniciado antibioticoterapia venosa por 13 dias, sem melhora. Na história epidemiológica mantinha contato com gato de estimação. Com a hipótese diagnóstica de esporotricose foi realizado aspirado de secreção da lesão que confirmou a suspeita. Iniciado Itraconazol e suspensa antibioticoterapia, com boa resposta. Apesar da melhora inicial, manteve massa palpável próximo ao canto interno do olho direito, epífora, quadro recorrente de conjuntivite unilateral e refluxo à pressão sobre o saco lacrimal. Ao exame, acuidade visual de ambos olhos era 20/20 e Biomicroscopia mostrou edema e hiperemia de pálpebra inferior de olho direito apresentando ponto de flutuação próximo ao ponto lacrimal inferior. Não apresentava dor ou restrição a movimentação ocular. Realizado TC de orbitas sem evidências de acometimento pós-septal e iniciado terapia endovenosa com Oxacilina e compressas mornas a cada 4 horas. Evoluiu com melhora dos sinais flogísticos e foi indicada drenagem de abscesso orbitário pré-septal pela internação prolongada. No momento, a paciente está em acompanhamento com o serviço de oculoplástica para propor Dacriocistorrinostomia.
DISCUSSÃO
A infecção pelo Sporothrix costuma ser na forma linfocutânea. Inicia-se como pequena pápula endurada, que evolui para nódulo e lesão ulcerada. Em geral, uma reação inflamatória é observada com componente misto, granulomatoso e supurativo. O tratamento de escolha é o itraconazol oral por três a seis meses.
CONCLUSÃO
É importante destacar a epidemia de eporotricose no Rio de Janeiro através de gatos contaminados. Devemos ampliar o espectro de diagnósticos diferenciais da celulite periorbitária. A anamnese e a história epidemiológica desempenham papel fundamental no diagnóstico clínico, principalmente em lesões refratárias ao tratamento inicial.

Referências Bibliográficas

1. Barros MB, Schubach TP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Rev Panam Salud Publica. 2010;27(6):455-60.
2. Barros MB, Schubach AO, do Valle AC, Gutierrez Galhardo MC, Conceição-Silva F, Schubach TM et al. Cat-transmitted sporotrichosis epidemic in Rio de Janeiro, Brazil: description of a series of cases. Clin Infect Dis. 2004;38(4):529-35.
3. Mahajan VK. Sporotrichosis: an overview and therapeutic options. Dermatol Res Pract. 2014;2014:272376
4. Freitas DF, Lima IA, Curi CL, Jordão L, Zancopé-Oliveira RM, Valle AC et al. Acute dacryocystitis: another clinical manifestation of sporotrichosis. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2014;109(2):262-4.

Área

OCULOPLÁSTICA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

UFF - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

DAVI TRES VIEIRA GOMES, MARIANA DE OLIVEIRA TAVARES, JAMIL DE CARVALHO DAHER