Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

DESENVOLVIMENTO DE NEOVASCULARIZAÇAO COROIDAL APOS USO PROLONGADO DE ANTI-VEGF EM PACIENTE COM DEGENERAÇAO MACULAR RELACIONADA A IDADE: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma das principais causas de perda de visão em indivíduos idosos. Entre as formas avançadas da doença, a Neovascularização Coroidal (NVC) representa uma complicação grave, que pode levar à perda rápida e significativa da visão central. O tratamento padrão para a NVC é a terapia anti-VEGF, que visa inibir a atividade do Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF), responsável pela angiogênese patológica. No entanto, casos de desenvolvimento de NVC após o uso prolongado de anti-VEGF têm sido relatados, representando um desafio clínico significativo. Descrição do caso: Paciente, sexo feminino, 76 anos, apresentou-se com queixa de visão turva e distorcida à direita. A Angiografia Fluoresceínica confirmou a presença de NVC, evidenciando vazamento de corante na área macular. O diagnóstico de DMRI exsudativa foi estabelecido. O paciente foi iniciado em tratamento com anti-VEGF intravítreo mensal, ranibizumabe na dosagem de 0,5 mg. Após 18 meses de tratamento regular, observou-se recorrência dos sintomas visuais, com progressão da NVC, conforme demonstrado por Tomografia de Coerência Óptica. Confirmou-se NVC pós-anti-VEGF por meio de Angiografia Indocianina Verde, que revelou vasos coroidais anômalos persistentes e atividade inflamatória. Optou-se por uma abordagem combinada, com terapia anti-inflamatória e fotodinâmica. O paciente foi submetido a uma injeção intravítrea de triancinolona acetonida 4 mg, seguida de Verteporfina (VTP) na dosagem padrão de 6 mg/m². Após seis meses de acompanhamento, observou-se melhora significativa na acuidade visual e redução substancial na exsudação macular. Discussão: O desenvolvimento de NVC após o uso prolongado de anti-VEGF em pacientes com DMRI representa uma intercorrência grave associada a vários fatores, como resistência intrínseca ao anti-VEGF, ativação do Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (PDGF) e do Fator de Crescimento do Fibroblasto Básico (bFGF), e a progressão da doença subjacente. A presença de drusas e a atrofia geográfica são as principais características da DMRI avançada representando complicações da NVC. Conclusão: O manejo da NVC como complicação do uso prolongado de anti-VEGF em pacientes com DMRI representa um desafio clínico farmacoftalmológico. As opções terapêuticas para abordar essa complexidade incluem inibidores de PDGF e bFGF, anti-inflamatórios intravítreos e terapia fotodinâmica com VTP.

Referências Bibliográficas

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Castro-Correia, J., Rosas, V., & Martinho, R. (2001). Neovascularização coroideia (NVC) Estratégias das novas terapêuticas. Acta Oftalmológica, 11, 5-11.

Área

OUTROS (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Faculdade Atenas - Minas Gerais - Brasil

Autores

ARTHUR BARBOSA SANTOS, LETÍCIA SANT'ANA DOMICIANO, PAULINE MIRANDA MARTINS, AMANDA RODRIGUES CAVALCANTE, LEVI EDUARDO SOARES REIS, HAROLD FRANÇA CORREA