Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO: FISTULA CAROTIDO-CAVERNOSA DIRETA
Resumo
Introdução: A fístula carótido-cavernosa (FCC) é definida como a comunicação anômala entre o sistema arterial carotídeo e o seio cavernoso. As classificações variam em traumática ou espontânea, direta ou indireta, de baixo ou alto fluxo. É uma patologia rara, a principal causa é trauma e a FCC ocorre em 0,2% dos pacientes com trauma cranioencefálico. Clinicamente, o paciente pode apresentar a tríade clássica de proptose, quemose e sopro ocular. Relato de caso: Paciente AJS, sexo masculino, 62 anos, antecedentes de asma, tabagismo, uso de Fenobarbital e Carbamazepina, foi atendido em novembro de 2023 com queixa de baixa acuidade visual. Relatou episódio de queda da própria altura após síncope em abril de 2023. Ao exame notava-se proptose, quemose, ptose palpebral e paresia de reto lateral esquerdo. Acuidade visual sem correção: OD: 20/70 OE: conta dedos a 2 metros. À biomicroscopia evidenciou-se hiperemia conjuntival, quemose, ceratopatia ponteada inferior, pupila fotorreagente, câmara anterior ampla, sem reação inflamatória. Tonometria:10/16 mmHg. À fundoscopia, tortuosidade vascular aumentada e microhemorragias difusas. A Ressonância magnética de crânio e órbitas confirmou a presença de fístula carotídeo-cavernosa. O paciente foi internado e submetido à Embolização da Fístula Carotideocavernosa traumática direta com espirais metálicos e sucesso angiográfico, com melhora significativa da acuidade visual, atingindo 20/30 na última consulta em 05/02/2024. Discussão: A artéria carótida interna (ACI) comunica-se diretamente com o seio cavernoso (SC) ou por meio de ramos durais. Já a artéria carótida externa (ACE) tem esta comunicação via ramos durais. A lesão no segmento intracavernoso da ACI, ACE e seus ramos resulta no fluxo direto de sangue arterial para o seio cavernoso. Esse fenômeno eleva a pressão venosa no SC, causando dilatação da veia oftálmica superior e comprometendo o fluxo venoso do olho e da órbita. Simultaneamente, há a diminuição da pressão de perfusão na artéria oftálmica, o que pode levar à isquemia retiniana e disfunção visual. Conclusão: É uma patologia rara, a principal causa é trauma e a FCC ocorre em 0,2% dos pacientes com trauma cranioencefálico. Em relação às medidas preventivas, recomenda-se a realização de exames detalhados em pacientes com TCE visando a identificação precoce de possíveis lesões o que é crucial para a adequada gestão e tratamento das complicações decorrentes de FCC.
Referências Bibliográficas
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Área
OUTROS (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM - Minas Gerais - Brasil
Autores
MARIANA CAMPOS BUENO SOARES, THALLES OLIVEIRA GOMES, LUCRÉCIA SANTOS OLIVIERI, LEONARDO DE AGUIAR SANTOS