Dados do Trabalho

Título

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA E MANIFESTAÇÕES OFTALMOLÓGICAS: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: Toxoplasmose Congênita é uma infecção adquirida durante a gestação, resultante da transferência de taquizoítos da mãe para o feto. Identificar precocemente essa condição por meio de triagem neonatal é fundamental para iniciar o tratamento e evitar sequelas como atrasos no desenvolvimento físico e motor, bem como danos oculares e cerebrais.
RELATO DE CASO: PFL, masculino, 6 anos, foi encaminhado ao serviço de oftalmologia pediátrica devido a queixas de baixa visão no olho direito (OD). História clínica revelou diagnóstico de Toxoplasmose Congênita pelo teste do pezinho, ao 3º dia de vida. Ao exame oftalmológico, observado cicatriz retiniana típica da toxoplasmose no polo posterior do (OD), associada a descolamento parcial de retina adjacente e neovascularização coroideana ativa. A acuidade visual (AV) corrigida neste olho foi de 20/200. A tomografia de coerência óptica (OCT) macular revelou espessamento retiniano na área da cicatriz toxoplásmica, além de acúmulo de fluido sub-retiniano adjacente. A angiografia por fluorescência evidenciou a presença de áreas de hiperfluorescência relacionadas à neovascularização coroideana. O paciente foi submetido a tratamento com terapia anti-VEGF intravítrea para controle da neovascularização coroideana ativa. Paralelamente, foi instituída terapia oral com sulfadiazina e pirimetamina para controle da infecção toxoplásmica. Após seis meses de acompanhamento, observou-se regressão significativa da neovascularização coroideana, com estabilidade da acuidade visual corrigida em 20/200.
DISCUSSÃO: A doença pode resultar em alterações oculares graves, como cicatrizes retinianas, descolamento de retina e neovascularização coroideana. O manejo dessas complicações envolve uma abordagem multidisciplinar, com oftalmologistas pediátricos trabalhando em conjunto com infectologistas para controlar a infecção e suas manifestações oculares. Estratégias terapêuticas incluem tratamento antiangiogênico para neovascularização coroideana e terapia antimicrobiana para controle da infecção.
CONCLUSÃO: Este caso destaca a importância do diagnóstico precoce e manejo adequado das manifestações oftalmológicas da toxoplasmose congênita para prevenir complicações graves e preservar a função visual em pacientes pediátricos. A colaboração entre diferentes especialidades médicas é fundamental para um tratamento eficaz e melhores desfechos visuais a longo prazo.

Referências Bibliográficas

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