Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

ORBITOPATIA TIREOIDIANA COM NEUROPATIA OPTICA INTERROGADA: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO
A oftalmopatia tiroideia é uma condição autoimune frequentemente associada a disfunções da glândula tireoide. É caracterizada pela hipertrofia, inflamação e fibrose dos músculos e gordura orbitária, resultando na expansão desses tecidos e consequente protrusão ocular.

RELATO DE CASO
Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 57 anos, que compareceu ao serviço de oftalmologia com queixa de proptose e irritação ocular no olho direito (OD) e baixa acuidade visual (AV) relacionada temporalmente com a alteração da medicação para tireoidopatia. No exame de biomicroscopia, observou-se exoftalmia em ambos os olhos (AO) e desepitelização corneana central de 2x2mm em OD. A AV de conta dedos a 0,25 m em OD e 20/25 em OE. Foram solicitados exames e prescrito Oftalmox para o OD e Hyabak AO. Após dois dias, a paciente retornou sem queixas, apresentando melhora da AV em OD para 20/80.
Retinografia, Angiofluoresceinografia e Tomografia de coerência óptica mostraram nervo óptico com sinais de edema em AO. A ressonância magnética revelou espessamento da musculatura ocular extrínseca, poupando as inserções tendíneas. Foi prescrito Diamox e solicitados exames complementares laboratoriais, incluindo infecciosos. A paciente mantém seguimento com a oftalmologia e neurologia, com acuidade visual de 20/50 em OD e 20/25 em OE.

DISCUSSÃO
A doença tireoidiana pode causar lesões corneanas por mecanismos como lagoftalmo e retração palpebral, resultando em erosões, ceratite e úlceras corneanas. Na doença de Graves, o aumento dos músculos extraoculares e do tecido adiposo orbital pode levar à neuropatia óptica compressiva e perda visual. Além disso, a disfunção tireoidiana grave pode causar hipertensão intracraniana idiopática (HII). O manejo adequado inclui tratar a desepitelização corneana e controlar as condições sistêmicas. Diamox (acetazolamida) é usado para reduzir a pressão intracraniana em HII, mas a compressão do nervo óptico geralmente requer corticosteroides, radioterapia orbital ou cirurgia. Neste caso, corticosteroides e imunossupressores não foram iniciados para afastar infecções.

CONCLUSÃO
O diagnóstico precoce e tratamento adequado da oftalmopatia tiroideia são essenciais para prevenir complicações graves. A abordagem multidisciplinar é fundamental para o manejo eficaz da doença.

Referências Bibliográficas

1. Machado KFS, Garcia M de M. Oftalmopatia tireoidea revisitada. Radiologia Brasileira. 2009 Aug;42(4):261–6.
2. El-Kaissi S, Frauman AG, Wall JR. Thyroid-associated ophthalmopathy: a practical guide to classification, natural history and management. Internal Medicine Journal. 2004 Aug;34(8):482–91.
3. Parmar H, Ibrahim M. Extrathyroidal manifestations of thyroid disease: thyroid ophthalmopathy. Neuroimaging Clin N Am. 2008;18:527–36

Área

GERAL (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

HOSPITAL DE OLHOS DO NOROESTE DO PARANÁ - Paraná - Brasil

Autores

MARIANA YUMI DATE, RAFAEL TORRES DOS SANTOS, IVANA BARBOSA TESSMANN, MARIANA MAYUMI ITIKAWA, LUCAS MARQUES FRANÇA, ARTHUR ONOFRE BELTRAN FILHO