Dados do Trabalho
Título
EYLIA COMO TRATAMENTO NA MELHORA DE ACUIDADE VISUAL EM PACIENTE JOVEM COM CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL
Resumo
Introdução:
A coriorretinopatia serosa central (CSC) é uma doença idiopática da retina e coroide a qual acomete um ou ambos os olhos. Tem por característica o acúmulo de líquido claro ou turvo na área macular. Causa descolamento seroso da retina neurossensorial, do epitélio pigmentar da retina (EPR) ou de ambos. A maioria dos casos de CSC são autolimitados e se resolvem espontaneamente. Entretanto, 30-50% não resolvem ou o ocorre repetidamente, resultando em atrofia do EPR e perda de visão irreversível.
Relato de caso:
W.F.A, masculino, 41 anos, apresentando metamorfopsia e baixa acuidade visual (BAV) em olho esquerdo (OE), referindo episódio semelhante há 2 anos. Nega comorbidades, uso de medicações, etilismo e tabagismo. Ao exame, AV: OD 20/20 / OE 20/50. Fundo de Olho: OE - descolamento seroso com dispersão de EPR. OCT: Descolamento seroso do EPR. AGF: Hiperfluorescencia por pooling macular. Iniciado Nevanac colírio 1 gota de 8/8h por 30 dias em OE, após uso, manteve a AV anterior. Após 60 dias do início do Nevanac houve melhora da AV do OE para 20/30, mas após 30 dias houve declínio para 20/70. Novo OCT. Feita a angiografia com indocianina verde que mostrou hiperfluorescência por extravasamento local e programada 3 doses de Anti-VEGF (Eylia). Após término do tratamento, paciente relata melhora total das queixas, sem metamorfopsia, AV OD 20/20 / OE 20/25 e ao OCT melhora completa do DEP seroso.
Discussão:
Os sintomas mais comuns da CSC são: a distorção de imagem, metamorfopsia, micropsia, discromatopsia e a presença de um escotoma central. Como a maioria dos casos apresenta uma resolução espontânea, o tratamento primário da CSC é em grande parte observação e acompanhamento. A resolução completa na maioria dos pacientes em poucos meses, sendo que apenas 5% desenvolvem perda permanente de visão. Alguns casos evoluem com cronicidade da doença e a terapia anti-VEGF mostra ser uma boa opção para o tratamento de pacientes com CSC crônica por reduzir a hiperpermeabilidade e congestão dos vasos da coroide, embora sejam necessários mais estudos que comprovem a sua eficácia a longo prazo.
Conclusão:
Medicamentos anti-VEGF são uma escolha viável e promissora para o tratamento de coriorretinopatia serosa central; entretanto, devido à natureza autolimitada da CSC, deve-se ponderar cada caso na aplicação clínica desses medicamentos.
Faz-se necessário mais ensaios clínicos randomizados e controlados de longa duração e de alta qualidade sobre a terapia anti-VEGF na CSC.
Referências Bibliográficas
1. DOLZ-MARCO, R. et al. “The Pachychoroid Clinical Spectrum”. Retina Today, 2016.
2. VILELA, M. A. P.; PUTZ, C.; DANTAS, A. M. Retina clínica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2016.
3. KUNAL K. DANSINGANI, MA. et al. “En Face Imaging of Pachychoroid Spectrum Disorders with Swept-Source Optical Coherence Tomography”. Retina, 2016.
4. CLAUDINE E. PANG, MD, K. BAILEY FREUND, MD – “PACHYCHOROID NEOVASCULOPATHY” - RETINA, THE JOURNAL OF RETINAL AND VITREOUS DISEASES, 2015, VOLUME 35, NUMBER 1.
Área
RETINA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
Hospital da Gamboa / Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro (IORJ) - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
SEAN NG LUI TEIXEIRA, ANA CAROLINA CANEDO DOMINGOS FERREIRA, LUIZA GUEDES CORREA, PRISCILA SILVA PEREIRA MACHADO