Dados do Trabalho
Título
CORREÇAO DE ECTROPIO CICATRICIAL COM AUTOENXERTO DE PELE DE ESPESSURA TOTAL E CURATIVO DE BROWN
Resumo
Ectrópio caracteriza-se pela eversão da margem palpebral, mais comum na pálpebra inferior1. O ectrópio cicatricial é causado pela retração da lamela anterior da pálpebra por traumas, cirurgias, queimaduras ou inflamação crônica da pele2. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de ectrópio cicatricial conduzido pelo setor de oculoplástica do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Paciente de 77 anos, masculino, história de múltiplas cirurgias para ressecção de carcinoma espinocelular em couro cabeludo e hemiface direita. Apresentava paralisia facial à direita, decorrente de ressecção de carcinoma de parótida. Ao exame, ptose moderada no olho direito e ectrópio em ambos os olhos, mais evidente no olho direito, associado à lagoftalmo. Dessa forma, foi realizada elevação do supercílio pela técnica de Castanhares à direita, ressecando um fuso de pele por incisão acima da sobrancelha. A correção do ectrópio foi por meio da técnica de tarsal strip em ambos os olhos, realizando cantólise lateral, incisão na linha cinzenta e separação do segmento tarsal junto aos retratores, obtendo uma tira de tarso que foi fixada no tendão cantal lateral. No olho direito, o fuso de pele retirado no Castanhares foi utilizado como enxerto, transposto para o defeito da pálpebra inferior e suturado à pele adjacente com suturas simples de fio inabsorvível 6-0, associado ao curativo de Brown, que foi retirado após 10 dias de pós-operatório.
A principal causa do ectrópio é involucional, relacionada à idade2. No caso descrito, o paciente já apresentava ectrópio involucional em ambos os olhos, que foi agravado pelo componente cicatricial e paralítico no olho direito. O tarsal strip é bem estabelecido na literatura para correção de ectrópios de graus leve a grave1, porém havia importante retração cicatricial no olho direito, optando-se pelo enxerto de pele total. As áreas doadoras mais comuns são: pálpebra superior, retroauricular, supraclavicular e face interna do braço3, sendo a área doadora utilizada neste caso pouco descrita na literatura. Além da técnica de enxertia, o curativo compressivo de Brown otimiza o contato do enxerto com a ferida, evitando deslocamentos4. A escolha da técnica operatória deve ser individualizada e levar em conta a extensão da eversão e da retração cicatricial, além da experiência do cirurgião com o método1.
A técnica cirúrgica descrita neste relato mostrou-se efetiva, obtendo bom resultado estético e funcional com melhora dos sinais e sintomas.
Referências Bibliográficas
1. RENDON, N. B. (2019). Versatilidade do tarsal strip para correção de diferentes tipos de ectrópio. Rev. Bras. Cir. Plást.;34(Supl. 1): 165-168.
2. Limongi, Roberto Murillo (2015). OCULAR, Plástica. Manual de Plástica Ocular. Tese de Doutorado. UNESP/Rio Claro.
3. Procianoy, F., Barbato, M. T., Osowski, L. E., Bocaccio, F. J. D. L., & Bakos, L. (2009). Cicatricial ectropion correction in a patient with pyoderma gangrenosum: case report. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 72, 384-386.
4. GUERRA, Larissa Pereira. ENXERTIA DE PELE TOTAL EM REGIÃO PERIORBITÁRIA EXTERNA COM CURATIVO DE BROWN: RELATO DE CASO. Revista Gestão e Conhecimento, v. 17, n. 1, p. 130-131, 2023.
Área
OCULOPLÁSTICA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
MARIA EDUARDA FERREIRA MACARIO, LAIS SALGADO CASTRO FONSECA, WAGNER GUIMARÃES FERREIRA, PATRICIA DE LIMA LOPES, LUIZA TORRES TRONCOSO, JULIA SANTIAGO DE AZEVEDO GODINHO, EDUARDO IBARRAZ EMERY FLORES