Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

DACRIOCISTITE AGUDA COMO MANIFESTAÇÃO DE ESPOROTRICOSE OCULAR: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A esporotricose é uma micose subcutânea com distribuição mundial, sendo notável principalmente na América Latina, com áreas endêmicas representadas, por exemplo, pelo Rio de Janeiro (RJ). Apesar da forma cutânea ser a mais frequente, a apresentação ocular tem sido cada vez mais comum, aumentando também a forma de contágio a partir de animais domésticos infectados. DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher, 47 anos, natural do RJ, apresentava lesão nodular hiperemiada e dolorosa na topografia do saco lacrimal do olho esquerdo (OE). Sem demais alterações ao exame oftalmológico. Tratada inicialmente com Amoxicilina+Clavulanato; manteve lesão de aspecto cístico em canto nasal de OE e queixa de lacrimejamento. Realizado sondagem e exérese da lesão cística, sendo enviado material para cultura e histopatológico. Evoluiu com fístula cutânea e, na ocasião, também referiu que seu cônjuge e animal de estimação haviam sido diagnosticados com esporotricose. Realizado dacriocistorrinostomia e intubação com tubo de silicone. Iniciado também Itraconazol 100mg 2x ao dia. O histopatológico revelou tecido fibromuscular com áreas de necrose e granulomas epitelioides supurativos comprometendo extensamente o tecido, sugestivo de esporotricose. A cultura confirmou esporotricose. O Itraconazol foi mantido por 4 meses com melhora da lesão; a sondagem foi retirada 3 meses após sua inserção. Paciente seguiu com melhora total do aspecto cicatricial e da queixa do lacrimejamento. DISCUSSÃO: A esporotricose ocular leva em conta critérios anatômicos e fonte de infecção, podendo envolver o meio intraocular e/ou anexos. Neste último, pode manifestar-se como conjuntivite granulomatosa, síndrome oculoglandular de Parinaud, dacriocistite e conjuntivite bulbar. A dacriocistite é uma manifestação incomum e, apesar da boa resposta ao tratamento, há relatos de complicações como dacriocistite crônica e fístula. Além das características clínicas, deve-se considerar a epidemiologia local. O estado do RJ, enfrenta uma epidemia de esporotricose de transmissão zoonótica, sendo o contato com animais doentes suficiente para a exposição humana ao fungo e para a autoinoculação. CONCLUSÃO: Apesar da esporotricose ser geralmente uma doença benigna, o envolvimento do olho e anexos pode gerar complicações graves. Os oftalmologistas de áreas endêmicas devem estar atentos e familiarizados com as manifestações oftalmológicas, sabendo instituir o manejo adequado desta forma rara e frequentemente mal diagnosticada.

Referências Bibliográficas

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Área

OCULOPLÁSTICA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal Fluminense - Hospital Universitário Antônio Pedro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

MARINA GONÇALVES VIEIRA, PRISCILLA OLIVEIRA ANDRAUS, YUNEN MIKHAEL ANDRAUS, ANDRÉIA BRAGA ARAUJO MOURA, ERIKA MARQUES DEMORI