Dados do Trabalho
Título
AVANÇOS EM BIOMARCADORES PARA DOENÇAS DA RETINA: UMA REVISAO DE LITERATURA
Resumo
INTRODUÇÃO: A oftalmologia demanda constante atualização para diagnosticar doenças oculares e comorbidades sistêmicas. Portanto, biomarcadores são cruciais no diagnóstico, tratamento e monitoramento de doenças retinianas, ajudando pacientes e profissionais de saúde [1]. METODOLOGIA: A revisão de literatura analisou estudos descritivos e qualitativos sobre doenças da retina e biomarcadores. Os artigos foram selecionados nas bases de dados MEDLINE/PubMed e SciELO, usando os descritores “doenças retinianas”, “biomarcadores”, “doenças oculares”, “biomarcadores genéticos” e “biomarcadores moleculares”. REVISÃO SISTEMATIZADA: As principais causas de cegueira em países industrializados são as doenças vasculares da retina (DVRs) [2]. O amplo uso de inibidores intravítreos (VEGF) tem sido um avanço no tratamento das DVRs, transformando a prática oftalmológica. Entretanto, os processos moleculares e os elementos principais envolvidos na formação anormal de vasos sanguíneos ainda não foram completamente compreendidos. Essa lacuna no entendimento é clinicamente relevante devido ao aumento de casos de DVRs, como indicado pelas tendências demográficas. Nesse âmbito, os biomarcadores de microRNAs (miRNAs), pequenos ácidos ribonucleicos não codificantes que regulam a expressão gênica, são cruciais para detectar precocemente alterações vasculares na retina e prever a progressão da doença [3]. Em condições normais, certos miRNAs são expressos em níveis específicos para manter a homeostase celular na retina, mas em doenças retinianas, sua expressão pode ser alterada por processos patológicos, como inflamação, hipóxia ou alterações metabólicas [2]. Um estudo conduzido na Alemanha analisou em que extensão os miRNAs, previamente identificados in vitro, estão presentes como miRNAs circulantes livres de células no soro e no vítreo de pacientes humanos com e sem DVRs [3]. Em amostras de soro, houve aumento da expressão de miR-335-5p, miR-192-5p e miR-194-5p em pacientes com retinopatia diabética proliferativa (RDP) em comparação com aqueles com distúrbios oculares não relacionados às DVRs. Já em amostras de vítreo, miR-100-5p apresentou redução em pacientes com RDP [3]. Assim, miRNAs com expressão alterada em pacientes com DVRs em relação ao grupo controle podem ser potenciais biomarcadores. CONCLUSÃO: Os biomarcadores são promissores para detecção precoce e prognóstico de doenças retinianas. Essas descobertas enfatizam a importância de explorar e desenvolver essa ferramenta.
Referências Bibliográficas
[1] Zamora-Obando HR, Godoy AT, Amaral AG, Mesquita AS, Simões BES, Reis HO, et al. Biomarcadores Moleculares de Doenças Humanas: Conceitos Fundamentais, Modelos de Estudo e Aplicações Clínicas [Internet]. Química Nova. 2022 [citado 20 mai 2024];45(9):1098-1113. Disponível em: RV2021-0276.pdf (sbq.org.br)
[2] Behar-Cohen F, Zhao M. Mineralocorticoid pathway in retinal health and diseases. British Journal of Pharmacology. British Pharmacological Society.2021 [citado 20 mai 2024];179(13): 3190–204. Disponível em: Via mineralocorticoide na saúde e doenças retinianas - Behar‐Cohen - 2022 - British Journal of Pharmacology - Wiley Online Library
[3] Dähmcke M, Busch M, Pfeil JM, Brauckmann T, Schulz D, Omran W, et.al. Circulating MicroRNAs as Biomarker for Vessel-Associated Retinal Diseases. International Journal of ophthalmology. 2023 [citado 20 mai 2024]; 246(3-4):227–37. Disponível em: MicroRNAs circulantes como biomarcadores para doenças retinianas associadas a vasos | Oftalmológica | Karger Editora
Área
RETINA (trabalhos)
Categoria
Oral
Instituições
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Autores
CAMILA DE OLIVEIRA RIBEIRO, JÚLIA FRAGA VIEIRA, BERNARDO FONTOURA CASTRO CARVALHO