Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

DENGUE E SUAS MANIFESTAÇOES OCULARES: UMA REVISAO SISTEMATICA

Resumo

Introdução: A dengue é a doença viral transmitida por mosquitos mais comum em humanos1. A variedade de manifestações oculares da doença dificulta o diagnóstico etiológico desses achados1,2,8. Metodologia: O objetivo do presente estudo é sumarizar as suas manifestações oculares para facilitar o seu diagnóstico precoce. Foi realizada busca nas bases de dados MedLine e LILACS, a partir dos descritores “dengue” e “eye diseases”, com 42 resultados nos últimos 5 anos. Após leitura dos textos completos, foram selecionados 18 artigos. Foram utilizados estudos científicos em qualquer língua que abordassem manifestações oculares secundárias à infecção pelo vírus da dengue. Resultados: As apresentações oftalmológicas da dengue ocorrem em cerca de 10% dos casos, com predomínio em jovens adultos3,4,5. Os sintomas visuais iniciam-se a partir do quinto ao sétimo dia de doença, e coincidem com o momento de maior plaquetopenia e baixos níveis dos fatores de complemento C3 e C43,5,7,9. Borramento visual é a principal queixa, e se apresenta, no exame objetivo de acuidade visual (AV), com a variação da AV entre os casos de 20/40 dioptrias à percepção luminosa5,7,. Muitas alterações estão relacionadas à disfunção plaquetária causada pela dengue, sendo possível a apresentação desde hemorragias subconjuntivais, vítreas e subrretinianas, até oclusões arteriais e venosas15,16. Existem também quadros de inflamação ocular, traduzidos em uveítes anterior e posterior, foveolítes e edema macular cistóide4. Em mais da metade dos casos pode-se optar por conduta expectante.5 Em casos de baixa AV severa ou persistente, pode ser optado pela prescrição de corticoterapia oral ou endovenosa1. Cerca de 5-8% dos casos apresentam risco de perda irreversível da visão8. A resposta autoimune exacerbada secundária à dengue pode estar associada a maior risco de ocorrência de panoftalmites8,9,11,13,18. Por fim, quando o paciente apresenta retinite associada à síndrome febril sem etiologia definida, é necessário excluir diagnósticos diferenciais, sendo fundamental a realização de exames sorológicos e de cultura5,6,12. Conclusão: A dengue é uma preocupação epidemiológica significativa no Brasil, tornando crucial o conhecimento de suas complicações oculares para diagnóstico e tratamento precoces4,15. Embora geralmente sejam auto-limitados e benignos, os problemas oculares associados à dengue podem variar amplamente e exigem avaliação oftalmológica desde o início dos sintomas5,14,18.

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Área

RETINA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

PUC-MG - Minas Gerais - Brasil

Autores

VITOR DE MARCUS MOURAO ARAUJO PENA, RAFAEL JOSÉ MALACCO RODRIGUES BRETZ, BRUNA PENNA GUERRA LAGES, BERNARDO FONTOURA CASTRO CARVALHO, LAURA FONTOURA CASTRO CARVALHO