Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE COGAN REESE: IMPORTANTE DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE NEVUS IRIANO

Resumo

Introdução
A Síndrome da Membrana Endotelial Iridocorneana (ICE Síndrome) é um grupo de 3 patologias oculares, caracterizada pela proliferação e migração anormal do endotélio corneano em direção ao trabeculado e íris. A contração dessa membrana formada, gera em graus variados, edema de córnea, glaucoma secundário de ângulo aberto, nevus e atrofia iriana com distorção pupilar. A etiologia ainda é incerta, mas teorizam a influência de infecção viral prévia, acometendo mulheres jovens, com envolvimento unilateral, na maioria dos casos.
Relato de Caso
Paciente feminina, 60 anos, consultou no Serviço de Urgência Oftalmológica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) com queixa de baixa acuidade visual, hiperemia e dor em olho direito (OD). Diagnóstico e tratamento prévios de Glaucoma Primário de Ângulo Fechado, com iridotomia bilateral e terapia medicamentosa máxima em olho direito, mas ainda sem controle da dor e pressão intraocular. Ao exame biomicroscópico OD: córnea em aspecto de “metal batido” (figura 1), corectopia vertical, ectrópio uveal e presença de pseudonevus irianos (figura 2). À gonioscopia, havia presença de sinéquias irianas altas em periferia inferior e imprints 360º, confirmados pela tomografia de coerência óptica de câmara anterior (figura 3). A microscopia especular evidenciou as células ICE, endotélio pleomórfico e desorganizado, em comparação com o olho contralateral (figura 4). Apresentava tonometria de 15 mmHg OD, com escavação de 0,8. Pelas evidências clínicas, foi realizado o diagnóstico de Síndrome de Cogan Reese e otimizado tratamento clínico, com acompanhamentos regulares e proposta de trabeculectomia se manutenção de algia e descontrole controle pressórico.
Discussão
As Síndromes ICE compreendem a Síndrome de Chandler, Atrofia Essencial da Íris e Cogan Reese. Essa última corresponde a cerca de 25% dos casos e tem como característica a presença dos pseudonevus irianos. É o subtipo que mais evolui com glaucoma e, somado aos achados, como as sinéquias irianas altas, ectrópio uveal e corectopia permitem fechar o diagnóstico, como no caso descrito.
Conclusão
Diante do exposto, pode-se concluir que é de suma importância que o Oftalmologista conheça essa síndrome e suas nuances. Em casos desafiadores é interessante que lance mão de exames complementares como a gonioscopia, o OCT de seguimento anterior e a microscopia especular, para um diagnóstico mais precoce e instituição de tratamento, promovendo melhor prognóstico.

Referências Bibliográficas

1. Silva L, Najafi A, Suwan Y, Teekhasaenee C, Ritch R. The iridocorneal endothelial syndrome. Surv Ophthalmol. 2018 Sep-Oct;63(5):665-676. doi: 10.1016/j.survophthal.2018.01.001. Epub 2018 Jan 11. PMID: 29331589.
2. Herde J. Iridocorneo-endotheliales Syndrom (ICE-S): Klassifikation, Klinik und Diagnostik [Iridocorneal endothelial syndrome (ICE-S): classification, clinical picture, diagnosis]. Klin Monbl Augenheilkd. 2005 Oct;222(10):797-801. German. doi: 10.1055/s-2005-858119. PMID: 16240272.

Área

GLAUCOMA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIEL FERREIRA REZENDE, FILLIPE LAIGNIER RODRIGUES LACERDA, GRAZIELA MASSA RESENDE, ANGELA CARVALHO OLIVEIRA