Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: ULCERAS CONJUNTIVAIS EM CASO ATIPICO DE ROSACEA OCULAR

Resumo

Introdução
A rosácea é uma doença dermatológica crônica, que acomete os olhos em até 70% dos casos. O achado mais comum é a blefarite.

Relato caso
RA, feminina, 25 anos, com queixas de ardência, fotofobia e dor incapacitante em OD. Refere episódios semelhantes nos últimos 17 meses. Diagnóstico de rosácea há 2 anos. Nega outras comorbidades. A acuidade visual sem correção era 20/20 AO. À biomicroscopia, blefarite anterior e posterior, hiperemia conjuntival +2/4, múltiplas pequenas áreas ulceradas em conjuntiva bulbar e periferia de córnea, mais numerosas em olho direito. BUT reduzido AO. Pressão intraocular e fundoscopia normais. Não havia linfonodos palpáveis. A principal hipótese diagnóstica foi rosácea ocular. Foram prescritos compressa morna, higiene palpebral, lubrificante sem conservante, doxiciclina 40mg/dia (liberação prolongada) por 45 dias, acetato de fluormetolona 4x ao dia com redução de 1 gota/semana. Foram solicitados exames para sífilis, HIV e doenças reumatológicas, todos negativos. Após 20 dias, ainda em uso de corticóide tópico, apresentou piora da dor OD e piora do quadro. Na ocasião, foi realizada biópsia conjuntival. O exame histopatológico mostrou infiltrado inflamatório mononuclear, compatível com rosácea. Sessenta dias após o início do tratamento, houve resolução das úlceras, no entanto, mantinha queixa de corpo estranho. Foi iniciado tacrolimus 0,02% base aquosa 12/12h AO e mantido o lubrificante. Atualmente, mantém-se assintomática.

Discussão
Em casos de blefarite resistente ao tratamento, devemos considerar a rosácea como diagnóstico diferencial. O envolvimento ocular na rosácea pode manifestar-se em 20% dos pacientes como primeira expressão da doença. Cerca de um terço dos pacientes apresenta alterações corneanas que podem levar a perda visual. Apresentamos um caso atípico de rosácea ocular manifestando-se com úlceras conjuntivais, com excelente resposta ao tratamento clínico.

Conclusão
A rosácea ocular possui diagnóstico clínico e sintomas inespecíficos, o que pode levar a atraso de diagnóstico. O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, a fim de melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações que podem levar à perda visual.

Referências Bibliográficas

- Vieira AC, Mannis MJ. Ocular rosacea: common and commonly missed. J Am Acad Dermatol. 2013 Dec; 69(6 Suppl 1):S36-41.
- Andreas M, Fabczak-Kubicka A, Schwartz RA. Ocular rosacea: an under-recognized entity. Ital J Dermatol Venerol. 2023 Apr;158(2):110-116.

Área

CÓRNEA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ANA LUIZA SOUZA DUTRA DUELLI, ANA CAROLINA VIEIRA