Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

UVEITE ANTERIOR RECORRENTE EM MULHER COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE - UM RELATO DE CASO E REVISAO DE LITERATURA

Resumo

A uveíte anterior (UA) é uma inflamação que afeta câmara anterior, íris, corpo ciliar e coroide. É uma afecção presente em diversos quadros reumatológicos, podendo ter apresentações que fujam do padrão. Apresenta-se uma paciente do sexo feminino, de 39 anos, que apresentou uveítes de repetição, por 9 anos, no olho esquerdo, secundárias a um quadro de espondilite anquilosante (EA), quadro infrequente.

Paciente apresentava história de uveíte de repetição no olho esquerdo há 9 anos. Em 2022 apresentou FAN não reagente (NR) e HLA-B27 positivo. Queixava-se de dor lombar intermitente, episódios de visão turva, sensação de corpo estranho e baixa de acuidade visual. Nega artrite ou lesões cutâneas. Iniciou o tratamento com colírio de corticoide (10 mg/mL) e prednisona via oral (40mg/dia). Exames 09/23: FAN NR, C3 e C4 normais, VHS 25 mm³. Hemograma e PCR normais. A ressonância magnética evidenciou inflamação em atividade. Em padrão de recorrência relacionado ao desmame de corticosteroide. Foi iniciado tratamento com metotrexato (15 mg/semana) e ácido fólico (5mg/semana) buscando poupar corticoide e melhora da uveíte. Após 45 dias de tratamento, a paciente encontrava-se sem nova crise de uveíte e em desmame gradual de corticoterapia.

A UA associada à EA em mulheres possui prevalência inferior e com idade superior de diagnóstico quando comparado ao sexo masculino, sendo mais tardio em relação ao início dos sintomas.
É crucial reconhecer que a uveíte anterior associada à EA representa uma ameaça à visão da paciente. A inflamação ocular crônica pode levar a complicações, como sinéquias irianas, catarata, glaucoma e edema macular cistoide, que podem comprometer seriamente a qualidade de vida.
Além disso, o uso prolongado e frequente de alguns medicamentos, como os corticosteroides, leva a uma predisposição ao surgimento precoce de doenças oftalmológicas, como glaucoma e catarata, necessitando de um acompanhamento individualizado. Para uma paciente refratária ao desmame do corticoide, o tratamento com poupadores de corticoide, como o metotrexato, se faz essencial para prevenção da cegueira.

Descrevemos um caso de UA unilateral, que posteriormente seguiu com diagnóstico de EA. Destaca-se a relevância de uma avaliação multidisciplinar entre um oftalmologista e outras áreas da medicina para diagnóstico e tratamento precoce das doenças e suas complicações, principalmente em mulheres, a fim de reduzir a sua atividade e melhor resposta aos fármacos.

Referências Bibliográficas

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Área

UVEÍTES (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Potiguar - UNP - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

GUSTAVO EMILIO DE GOIS, LUIZ EDUARDO STAUFACKAR CARLOS COSTA, GIULIANA FULCO GONÇALVES, LÍVIA GUEDES CHAVES MOREIRA, CRISTIANA HORTA GALVÃO, JULIANA HORTA GALVÃO, CRISTIAN ERIK CAMPOS BEZERRA, GIOVANNA DANTAS FULCO