Dados do Trabalho

Título

DESAFIOS NA HANSENIASE: EXPLORANDO AS COMPLICAÇOES OCULARES E SUAS IMPLICAÇOES OFTALMOLOGICAS

Resumo

Introdução
A hanseníase é uma infecção crônica causada pelo Mycobacterium leprae, que tem alta capacidade de infecção, mas baixa patogenicidade1. Ela afeta principalmente a pele, os olhos e as mucosas. As complicações oculares são um aspecto significativo e potencialmente ameaçador para a visão de pessoas com hanseníase2. Portanto, visamos discorrer sobre a ocorrência de complicações oculares em pacientes com hanseníase e as dificuldades no diagnóstico e no tratamento oftalmológico.
Metodologia
Esse estudo é revisão sistematizada da literatura que usou as bases de dados BVS, Pubmed, Scielo e Google Scholar. Foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2024 e foram usados para a busca os descritores: hanseníase, oftalmologia e complicações oculares. Este estudo investigou 133 artigos para identificar evidências sobre as manifestações oculares associadas à hanseníase. Destes, 8 foram selecionados como principais resultados, a partir de critérios de inclusão e exclusão. Foram excluídos os estudos que estavam fora do escopo da pesquisa e que não eram pertinentes à pergunta da pesquisa, estudos duplicados, com dados insuficientes e população irrelevante.
Conclusão
A hanseníase pode afetar diversas regiões oculares, incluindo pálpebras e anexos, córnea, íris e corpo ciliar, esclera, cristalino, retina e sistema lacrimal2,3. As principais condições oftalmológicas presentes são madarose, blefaroedema, lagoftalmo e irite aguda ou crônica3–5. Os desafios no diagnóstico e tratamento destas patologias são complexos e multifacetados1,6. As dificuldades incluem: diagnóstico tardio, falta de conscientização e estigma associado à doença, diversidade e complexidade das manifestações oculares e número limitado de profissionais especializados7,8. Os métodos diagnósticos são biomicroscopia com lâmpada de fenda, oftalmoscopia e tonometria6. O tratamento inicial para a hanseníase ocular é predominantemente clínico, com medicamentos tópicos, fisioterapia e orientações para autocuidado1,7. Entretanto, alguns casos requerem cirurgias. Conclui-se que o diagnóstico e tratamento das patologias oculares relacionadas à hanseníase são complexos e demandam uma abordagem multidisciplinar no Sistema Único de Saúde3,4. Portanto, a participação de oftalmologistas na equipe de saúde é crucial para a prevenção e o diagnóstico precoce das complicações oculares, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos pacientes e para a eficácia dos tratamentos4.

Referências Bibliográficas

1 ​Pavezzi PD. Avaliação do acometimento ocular em pacientes com hanseníase na cidade de Londrina/PR. 2019.
2 ​Reddy GN, Reddy GA. Ocular manifestations of leprosy. Trop J Ophthalmol Otolaryngol 2019; 4: 414–418.
3 ​Cardozo AV. Ophthalmological Alterations in Hansen’s Disease. In: Hansen’s Disease: A Complete Clinical Guide. Springer, 2023, pp 181–190.
4 ​Bentes GL, Matayoshi S, Talhari C. Lagoftalmo na hanseníase: experiência clínica em centro de referência amazonense. Rev Bras Oftalmol 2021; 80: 21–26.
5 ​Thool A, Mehta K. Typical Iris Pearls in Lepromatous Leprosy. J Evol Med Dent Sci 2021; 10: 167–170.
6 ​Maymone MBC, Laughter M, Venkatesh S, Dacso MM, Rao PN, Stryjewska BM et al. Leprosy: Clinical aspects and diagnostic techniques. J Am Acad Dermatol 2020; 83: 1–14.
7 ​Sampaio ACM. Frequência de Dor e Comprometimento Ocular em Pacientes Portadores de Hanseníase em Região Hiperendêmica do Norte do Brasil. 2020.
8 ​Kerkar ZD, Bhandare P, Ghodge R. Corneal leproma: a rare ocular manifestation in leprosy. Indian J Lepr 2022; 94: 267–273.