Dados do Trabalho

Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DA MORBIDADE HOSPITALAR POR TRACOMA NO BRASIL DE 2014 A 2023

Resumo

Introdução: O tracoma é uma conjuntivite causada pela Chlamydia trachomatis, considerada a principal causa infecciosa de cegueira em nível mundial. Tal infecção detém relação com locais subdesenvolvidos e com baixas condições de saneamento. A sintomatologia do tracoma inclui sintomas como fotofobia, prurido, secreção, lacrimejamento, vermelhidão e dor nos olhos. O diagnóstico é essencialmente clínico e feito com auxílio de exames oculares, com observação de folículos e cicatrizes na conjuntiva palpebral superior e mudanças na posição dos cílios.
Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, com dados não nominais do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Todos os casos de tracoma durante o período de 2014 a 2023 foram incluídos, sendo utilizado o código A71 (Tracoma) da lista de morbidades do Código Internacional de Doenças (CID-10).
Objetivo: Analisar a morbidade hospitalar por tracoma no Brasil no período de 2014 a 2023.
Resultados: No período estudado, ocorreram 56 internações hospitalares por tracoma, sendo a média anual de 5,6 (desvio padrão=2,2) internações. Dessas, 59% (n=33) eram de pacientes do sexo masculino e 66% (n=37) eram brancos ou pardos. A faixa etária de maior ocorrência foi de 60 a 79 anos, correspondendo a 38% dos casos (n=21). A maioria das internações (n=43) ocorreu em caráter de urgência. A região que concentrou o maior número de notificações foi a Sudeste (n=22), seguida da Nordeste (n=15). A média dos valores totais das internações foi de 12.435,27 reais. Já a média dos dias de permanência foi de 43 dias. Em relação à mortalidade, foram constatados oito óbitos no período.
Conclusão: A maior ocorrência em idosos pode ser justificada pela menor imunidade associada à maior frequência de episódios de tracoma durante a vida, uma vez que quanto mais casos adquiridos, maior a reação ocular. A maioria das internações ocorreu no Sudeste e Nordeste dado o maior contingente populacional das respectivas regiões. O elevado gasto com as internações por tracoma denota uma possível falha na educação e promoção à saúde no nível de atenção primária, visto que a doença é prevenível. A mortalidade de cerca de 14% pode ser considerada alta diante de uma doença que possui tratamento. Conclui-se que o tracoma é uma afecção que carece de medidas de prevenção.

Referências Bibliográficas

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