Dados do Trabalho

Título

AVANÇOS FARMACOLOGICOS NO TRATAMENTO DA UVEITE AUTOIMUNE: UMA REVISAO BIBLIOGRAFICA

Resumo

INTRODUÇÃO: A Uveíte Autoimune (UA) é uma doença intra ocular inflamatória não-infecciosa de etiologia multifatorial que afeta íris, corpo ciliar, coróide e tecidos adjacentes, como retina, nervo óptico e vítreo. É uma condição grave que pode acometer desde as mais precoces faixas etárias e levar a consequências irreversíveis, como glaucoma, catarata e amaurose. OBJETIVO: Revisar a literatura atual acerca da etiopatogenia e manejo clínico da uveíte autoimune, destacando as novas opções terapêuticas. METODOLOGIA: Revisão não-sistemática nas bases de dados MEDLine/PubMED, com os descritores “autoimmune uveitis” “treatment” combinados pelo operador booleano “and”, com filtro de seleção a artigos publicados nos últimos 10 anos. RESULTADOS: A busca inicial encontrou 1.086 artigos, dos quais 403 foram selecionados após análise. Após revisão de título e resumo, foram selecionados 15 artigos para leitura integral. DISCUSSÃO: A UA manifesta-se em 40% dos pacientes com doença autoimune sistêmica, resultando em perdas visuais e amaurose em até 35% dos pacientes. Sua etiopatogenia envolve uma super ativação da via IL-23/IL-17, a partir de pré-disposições geneticamente mediadas, que leva à formação de LTh17 auto reativos principalmente às células pigmentares da retina e produção de citocinas pró-inflamatórias. É uma importante manifestação extra-articular em doenças reumatológicas sendo, muitas vezes, o sintoma de abertura dessas condições, como nas espondiloartrites. O tratamento atual envolve a supressão da inflamação ativa para diminuir o risco das complicações e é comumente realizado por corticosteróides, além de terapias com inibidores de TNF-alfa, com destaque ao Infliximabe e Adalimumabe. No entanto, pacientes refratários têm impulsionado estudos para observar a segurança e eficácia de novos fármacos imunobiológicos inibidores da via JAK/STAT, dentre eles o Tofacitinibe, que representam uma possibilidade promissora de tratamento definitivo desses quadros, uma vez que são capazes de modular múltiplas vias inflamatórias simultaneamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pacientes com uveítes refratárias ao tratamento atual devem ser acompanhados não só dado ao risco de complicações oculares, como também dado à possibilidade de apresentarem doença imune sistêmica, a fim de que o tratamento seja rapidamente iniciado. O manejo clínico complexo da UA torna o estudo de novos fármacos essencial para o surgimento de terapias alternativas mais eficazes.

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