Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

EVOLUÇAO POS-CIRURGICA DE PACIENTE VITIMA DE PERFURAÇAO OCULAR: DESCRIÇAO DE CASO.

Resumo

INTRODUÇÃO: Traumas oculares são acontecimentos frequentes e evitáveis de cegueira em serviços de urgência. Estudos revelam prevalência de danos oculares em homens entre 20 a 39 anos, devido fatores socioeconômicos e culturais(1,3). Cerca de 85% das causas resultam de corpo estranho na córnea, seguido por trauma sem corpo estranho (7%), queimadura química (5%) e elétrica (3%)(2). Em vigência de perfuração ocular, recomenda-se identificar a lesão, prescrever antimicrobianos, realizar exames de imagem e cirurgia, possibilitando determinar a extensão e estruturas anatômicas acometidas(4). No entanto, estima-se que até 90% dos traumas poderiam ser evitados com medidas adequadas de proteção(3). DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASO: Paciente PSM, 41 anos, sexo masculino, pecuarista. Admitido no Pronto Socorro para avaliação oftalmológica de urgência, referiu acidente no olho esquerdo (OE) ao martelar prego, sem uso de equipamento de proteção individual (EPIs). Queixava dor moderada e visão turva no OE. Ao exame: acuidade visual sem correção (AVsc) do olho direito (OD): 1,0 e OE: 0,1 parcial. À biomicroscopia: OD sem alterações e OE: hiperemia conjuntival 2+/4; presença de perfuração corneana periférica entre 3h e 4h com íris encarcerada na lesão; Seidel +; ausência de comprometimento do cristalino e de corpo estranho intraocular. Diagnosticada perfuração do OE e realizado reparo cirúrgico da lesão com ressecção e reposicionamento de parte da íris; sutura (5 pontos), sem intercorrências. Foi prescrito Moxifloxacina/Dexametasona colírio. DISCUSSÃO: No 1° pós-operatório (PO1), a AVsc OE: 0,5 parcial. À biomicroscopia: OE com discreta hiperemia conjuntival; discreto edema de córnea; pequena corectopia e ausência de secreção ocular. No PO7, manteve uso do colírio prescrito, houve melhora da AVsc OE (0,9) e manutenção da boa condição ocular. No PO14, AVsc OE: 1,0 parcial e biomicroscopia mantida. No PO31, sem uso do colírio, AV OE: 1,0 parcial (com refração) e superfície ocular quiescente com sutura estável, recebeu alta e orientação sobre uso de lubrificante ocular, caso necessário. CONCLUSÃO: Conclui-se que uma abordagem precoce é fundamental para favorecer o prognóstico e promover uma melhora significativa na qualidade de vida em casos de traumas oculares, especialmente entre os grupos de risco. Destaca-se a importância do uso adequado dos EPIs, dada a relação direta entre sua negligência e o aumento dos acidentes.

Referências Bibliográficas

1. Romão E. Traumatologia ocular. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de março de 1997 [citado 15º de maio de 2024];30(1):76-8. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/820.
2. Matos AG, Cavalcante RG, Figueiredo TF, Chaves MF, Bandeira MFP, de-Souza FA. Profile of occupational eye injury at an ophthalmologic emergency department. Rev Bras Med Trab. 2017 Dec 1;15(4):329-332. doi: 10.5327/Z1679443520170067. PMID: 32377589; PMCID: PMC7200148.
3. Cabral LA, Silva TMN, Britto AEGS. Traumas oculares no serviço de urgência da Fundação Banco de Olhos de Goiás. Rev Bras Oftalmol. 2013;72(6):383-7.
4. Lucena VR dos S, Medeiros TDN, Morais HHA de, Souza Júnior EF de, Fernandes AV. Diagnosis and management of trauma by penetrating foreign body in orbit: Case series. RSD [Internet]. 2021May14 [cited 2024May15];10(5):e49910515320. Available from: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15320.

Área

URGÊNCIAS E TRAUMAS (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

UNIVALE - UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - Minas Gerais - Brasil

Autores

ANA JULIA DE ALMEIDA ELLER, ESTER ROCHA NATAL, LAURA ARGÔLO LIMA, MANUELA MARTINHO PROBA