Dados do Trabalho

Título

NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA COMO COMPLICAÇAO DA DENGUE: UMA REVISAO DE LITERATURA.

Resumo

Introdução: A neurorretinopatia macular aguda (NMA) é uma doença rara que afeta principalmente pessoas jovens. Sintomas frequentes são escotomas no campo de visão e embaçamento visual. A acuidade visual pode estar normal ou com prejuízo moderado. A patogênese é incerta, mas desordens inflamatórias e vasculares são as mais aceitas. Pode estar associada a diversas etiologias tais como uso de certos medicamentos, doenças hematológicas e infecções virais, como a dengue.1-3 Revisão sistematizada com a metodologia: Com o objetivo de revisar a literatura existente sobre a NMA como complicação da dengue, abordando alterações oftalmológicas tipicamente encontradas, tratamentos adotados e possíveis sequelas, foi realizado levantamento bibliográfico nos bancos de dados PubMed e Google Scholar e seleção de oito artigos, tendo como critérios de escolha a adequação e a relevância para o tema. A dengue é uma arbovirose endêmica em países tropicais e comumente não há acometimento ocular porém, com o uso de métodos como a tomografia de coerência óptica (OCT), patologias como a NMA têm sido descritas em associação com a infecção.1-2 Foram analisados quatro relatos de NMA em decorrência da dengue.5-8 Todos os pacientes tiveram escotomas no campo de visão e somente um não teve embaçamento visual. Três revelaram plaquetopenia e dois citaram o sorotipo 1 do vírus. Achados frequentes ao exame de OCT foram: hiperrefletividade nas camadas plexiforme externa, nuclear externa e nas camadas de fotorreceptores, além de ruptura da zona de interdigitação. Dois foram tratados com corticoides7,8, um somente observado6 e outro não informado.5 Todos com melhora dos sintomas. Em um estudo, de nove pacientes com maculopatia por dengue, cinco manifestaram NMA, nos quais os escotomas centrais foram o principal sintoma.4 Achados frequentes foram áreas hiporrefletivas na mácula em imagens de reflectância por infravermelho e hiperrefletivas nas camadas mais externas na OCT. Um paciente recebeu terapia com corticoide e os outros quatro não foram tratados. Os cinco relataram escotomas persistentes após seis meses. Conclusão: É essencial um melhor entendimento da NMA como complicação da dengue, pois, apesar de pouco incidente, é significativa. O acompanhamento oftalmológico associado aos métodos de imagem são primordiais para identificar o quadro. Também é evidente a necessidade de mais estudos para melhor conhecer a epidemiologia da doença, tratá-la adequadamente e conhecer suas possíveis sequelas.

Referências Bibliográficas

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