Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO CLINICO: EVOLUÇAO DA UVEITE BILATERAL PARA CEGUEIRA CAUSADA POR CATARATA, NISTAGMO E OPACIDADE CORNEANA EM CRIANÇA

Resumo

INTRODUÇÃO
A uveíte pode causar complicações oculares, incluindo a perda da visão.1 Assim, apresentamos o caso de uma paciente com uveíte bilateral progressiva, secundária a artrite idiopática juvenil (AIJ), resultando em cegueira devido a complicações da uveíte. O relato enfatiza os desafios no manejo dessa condição quando não tratada oportunamente.

DESCRIÇÃO DE CASO
Paciente feminina, 7 anos, portadora de AIJ, em uso de metotrexato, refere baixa acuidade visual, há cerca de 4/5 anos. Tem percepção luminosa no olho direito e a esquerdo vultos. Apresenta exotropia e nistagmo horizontal em ambos os olhos.
Na biomicroscopia, há ceratopatia em faixa, seclusão pupilar e sinéquia posterior 360° em ambos os olhos e catarata no olho direito. Na topografia corneana há coma em olho direito e aplanamento central difuso.
Estes achados sugerem a progressão da uveíte bilateral para complicações graves, incluindo catarata, nistagmo e opacidade corneana.2
Diante dessas condições oftalmológicas, o manejo do paciente exigiu uma abordagem multidisciplinar visando preservar ao máximo a função visual e melhorar a qualidade de vida do paciente.

DISCUSSÃO
Este relato evidencia a evolução devastadora da uveíte bilateral, conduzindo à cegueira irreversível, impulsionada por complicações graves. A paciente apresentava um histórico complexo de AIJ, doença autoimune que predispõe à inflamação ocular. O tratamento com metotrexato, comum para essa condição, não foi suficiente para deter a progressão da uveíte. A avaliação oftalmológica revelou sequelas significativas, incluindo exotropia, ceratopatia em faixa, catarata e sinéquia posterior 360, indicando inflamação crônica da úvea. A perda progressiva da visão, reflete a gravidade das complicações oculares presentes.

CONCLUSÃO

Diagnosticar precocemente a uveíte evita complicações irreversíveis. As uveítes são raras na infância, mas podem ser graves e ocasionarem complicações em 30% a 60% dos casos e cegueira em 7% a 23%. .3
As uveítes autoimune são tratadas inicialmente, na fase aguda, com corticoides tópicos 3 , porém o seu uso crônico associa-se a maior chance de complicações. 4
Quando não há uma boa resposta a estes, os corticoides orais estão indicados. Outras opções de tratamento são os imunossupressores e isso biológicos. 4
Se a uveíte é tratada correta e precocemente, há um melhor prognóstico visual. Assim, procurar um profissional qualificado logo no início dos sintomas, pode mudar a progressão da doença.


Referências Bibliográficas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] JUNIOR, CJS daT.; et al. Perfil epidemiológico das uveítes infeciosas em hospital terciário em Belém, Pará. Brazilian journals, v.6, n.1, 2023. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/57369. Acesso em: 20/04/2024.


[2] NEVES, C.M.; LEAL, I. Uveíte idiopática em idade pediátrica: caracterização clínica e demográfica em dois centros terciários em Portugal. Repositório da Universidade de Lisboa, 2021. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/51366. Acesso em: 16/04/2024.


[3] SBP. Diagnóstico diferencial das uveítes na infância e adolescência. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/diagnostico-diferencial-das-uveites-na-infancia-e-adolescencia/


[4] VALE, I.M.S; PEREIRA, I,A; MASTELLA, M,S. Analise e frequência de uveítes em pacientes com espondiloartrites, suas complicações e associações com parâmetros clínicos da doença. Rev. bras.oftalmol.77 (2). Mar-Apr 2018

Área

UVEÍTES (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

IBAP - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

BRUNA PEREIRA FERNANDEZ