Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

FISTULA CAROTIDEO-CAVERNOSA: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução
A fístula carotídeo-cavernosa (FCC) é uma condição rara, com cerca de 0,2 a 0,3 casos por 100.000 pessoas, que ocorre devido a uma conexão anormal entre a artéria carótida e o seio cavernoso (SC), geralmente causada por trauma. (1) Este relato visa destacar a apresentação clínica e o manejo de uma FCC.

Relato de Caso
Homem de meia idade queixa-se de proptose e hiperemia em olho esquerdo (OE) de início súbito há 20 dias. Informa episódio de trauma contuso há 7 meses, nega uso de colírios, cirurgias oftalmológicas e outras comorbidades. Ao exame, apresentava acuidade visual sem correção de 20/20 em olho direito (OD) e 20/30 em OE, paresia de III e VI nervos cranianos à esquerda, hiperemia conjuntival difusa, proptose pulsátil com frêmito e quemose em OE. A tonometria bidigital apresentou-se com normalidade em OD e tensão em OE. À fundoscopia: edema de papila e tortuosidade vascular em OE. A TC de crânio e órbitas com contraste destacou dilatação da veia oftálmica superior esquerda. A conduta foi internar o paciente para embolização do seio cavernoso. Após o procedimento, houve melhora significativa e foi realizada angiografia de controle que confirmou a completa oclusão da fístula.

Discussão
As FCC são classificadas anatomicamente como direta ou indireta. (1) As diretas surgem da comunicação da artéria carótida com o SC, enquanto as indiretas surgem dos ramos desta. (2)
As manifestações clínicas incluem paresias e disfunções do III, V e VI nervos cranianos, proptose, quemose, dor, diplopia, hemorragia retiniana, cefaleia frontal e sopro pulsátil periorbital. Para avaliação inicial, a TC de crânio e a ressonância magnética são comumente utilizadas, mas o padrão-ouro para diagnóstico é a angiografia cerebral. (3)
É possível manejar essa condição com compressão manual da artéria carótida jugular ipsilateral ou por embolização endovascular. (1) A avaliação diagnóstica adequada com TC de crânio e órbitas com contraste e angiografia cerebral foi fundamental para confirmar o diagnóstico do caso. A rápida intervenção com embolização do seio cavernoso foi eficaz na resolução dos sintomas e na prevenção de complicações mais graves.

Conclusão
Este caso destaca a importância da atenção para a possibilidade de complicações intracranianas e periorbitais em situações de trauma, como a FCC. Os sinais oculares podem ser os primeiros indícios dessa condição e, portanto, devem ser valorizados num contexto de história de trauma craniano.

Referências Bibliográficas

1. Jozef Č. Carotid-cavernous fistula from the perspective of an ophthalmologist a review. Ceska Slovenska Oftalmologie; 2020. p. 203–10. doi: 10.31348/2020/8.
2. Mahmoodkhani M, Askariardehjani N. Post-traumatic carotid-cavernous fistula. Heliyon. 2023 Mar 29;9(4). doi: 10.1016/j.heliyon.2023.e14778.
3. Vilela MAP. Carotid-cavernous fistula. Revista Brasileira de Oftalmologia. 2013;72(1):70–5. doi: 10.1590/S0034-72802013000100015.

Área

OUTROS (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

YANKA TAMASHIRO RIBEIRO SANTOS, CAIO FELIPE AYRÃO CAMPOS, DENILSON FRANÇA MARTINS, MURILO KNAUF LOPES, BRUNO FRUJUELLI DE MELO, MATHIAS ANDRÉ KUNDE