Dados do Trabalho
Título
MALFORMAÇAO VENOSA CAVERNOSA DA ORBITA: RELATO DE CASO
Resumo
Introdução
A malformação venosa cavernosa (MVC) da órbita é uma lesão benigna em adultos caracterizada por proptose progressiva, podendo causar baixa acuidade visual. Este relato visa destacar a apresentação clínica e o manejo de uma MVC. (1)
Relato de Caso
Mulher, 51 anos, queixa-se de cefaleia temporal à direita de início insidioso e progressivo há 7 meses. Há 2 meses notou proptose em olho direito (OD) associada à quemose e piora da acuidade visual. Nega comorbidades, uso de colírios ou cirurgias oftalmológicas prévias. Ao exame apresentava acuidade visual corrigida em OD de 20/40 (+1.50 -0.50 135) e em OE de 20/20 (+0.50 -0.50 135); exoftalmometria de Herthel: 26/18 mm; tonometria: 12/10 mmHg. À biomicroscopia do OD observou-se hiperemia conjuntival, quemose, ceratite puntata em 1/3 inferior; OE sem alterações. À fundoscopia apresentava em OD discreto papiledema e dobras de coroide em pólo posterior. TC de crânio e órbitas destacou formação expansiva hipodensa, com realce periférico e septal, em íntimo contato com a lâmina papirácea direita, medindo 3,3 x 2,1 x 2,9 cm (AP x LL x CC). A lesão causava deslocamento lateral do nervo óptico e músculo reto medial. RM de órbitas mostrou formação expansiva intra orbitária e intraconal multiloculada à direita localizada medialmente medindo cerca de 3,0 x 2,3 x 3,8 cm. Hemograma, TSH e T4L normais. A conduta foi manejo da superfície ocular, ressecção via endoscópica nasal e estudo histopatológico do material, que revelou lesão compatível com hemangioma. Um mês após biópsia e ressecção, paciente retorna sem queixas. Ao exame, acuidade visual corrigida era de 20/20 nos dois olhos, exoftalmometria: 21/18 mm; tonometria: 10/11 mmHg. Biomicroscopia inalterada.
Discussão
A MVC é uma lesão orbitária benigna geralmente unilateral que ocorre em mulheres entre os 40 e 50 anos. (1) Exames de imagem ajudam a diferenciá-la de tumores malignos e auxiliam na escolha do melhor tratamento. (1,2)
A conduta pode ser um dilema entre adotar a abordagem conservadora versus intervenção cirúrgica. Este paradigma é influenciado por fatores como a severidade e progressão dos sintomas, localização, tamanho da lesão e riscos de cada abordagem.
Conclusão
O manejo do caso destaca a importância da intervenção cirúrgica para alívio sintomático e preservação estética com a resolução da proptose e melhora da acuidade visual, além da relevância da confirmação da natureza benigna da lesão pelo histopatológico.
Referências Bibliográficas
1. Calandriello L, Grimaldi G, Petrone G, Rigante M, Petroni S, Riso M, et al. Cavernous venous malformation (cavernous hemangioma) of the orbit: Current concepts and a review of the literature. Survey Ophthalmology. 2017 Jul 1;62(4):393–403. doi: 10.1016/j.survophthal.2017.01.004.
2. Rootman J, Heran MKS, Graeb DA. Vascular malformations of the orbit: classification and the role of imaging in diagnosis and treatment strategies. Ophthalmic Plastic Reconstructive Surgery. 2014;30(2):91–104. doi: 10.1097/IOP.0000000000000122.
Área
OUTROS (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
CAIO FELIPE AYRAO CAMPOS, YANKA TAMASHIRO RIBEIRO SANTOS, BEATRIZ VERÍSSIMO KAMIL, DENILSON FRANÇA MARTINS, BRUNO FRUJUELLI DE MELO, MATHIAS ANDRÉ KUNDE