Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

ANALISE MULTIMODAL DA COROIDITE CRIPTOCOCICA EM UM PACIENTE COM HIV

Resumo

Introdução:
A coroidite multifocal é um achado raro em pacientes vivendo com o HIV (PVHIV), sendo a causada pelo Cryptocccus sp a causa mais frequente. O diagnóstico clínico é caracterizado por lesões amareladas e profundas à fundoscopia. A positividade para o antígeno criptocócico (CRAG) em sangue e líquor fornece a confirmação laboratorial. Dada a sua raridade, suas características na análise multimodal não são bem definidas.

Objetivo:
Descrever a análise multimodal de um PVHIV com criptococose disseminada e coroidite
multifocal bilateral.

Relato de caso:
Paciente masculino, 36 anos, PVHIV há 7 anos e abandono de terapia há 2 anos, internou para investigação de desorientação e sinais meníngeos. Apresentou carga viral igual a 205,418 cópias/mL e CD4+ igual a 1 célula/mL.
Foi solicitada avaliação oftalmológica para investigação de infecções oportunistas e observou-se à fundoscopia lesões amareladas profundas no polo posterior e na média periferia de ambos os olhos. Foi realizada a análise multimodal que revelou áreas de hipofluorescência em fase precoce na angiografia fluoresceínica (AF) correspondentes às lesões fundoscópicas. A angiografia com indocianina verde (ICG) demonstrou pontos hipocianescentes em média periferia e no polo posterior, em fases precoce e tardia. A angiografia por tomografia de coerência óptica (OCT-A) revelou falhas em fluxo na coriocapilar com manutenção de fluxo em plexos vasculares profundos. O diagnóstico de criptococose disseminada foi confirmado pela positividade do CRAG em sangue e líquor. Foi iniciado tratamento com anfotericina B intravenosa por 36 dias, complementado com fluconazol oral 900 mg/dia por 58 dias.
Após o tratamento, houve melhora nos exames multimodais subsequentes, realizados 6 e 9 meses depois.

Discussão:
A coroidite criptocócica apresenta características clínicas distintas e deve ser considerada como diagnóstico diferencial de coroidite multifocal em pacientes imunocomprometidos. Suas lesões amareladas estão distribuídas por todo o pólo posterior, variando em tamanho de aproximadamente 0,2 a 1,5 diâmetro de disco. Devido à profunda imunossupressão, não há outros sinais de inflamação intraocular. A avaliação por ICG demonstrou ser essencial para o diagnóstico em alguns casos, uma vez que, além de melhorar a visualização das lesões fundoscópicas e angiográficas, permitiu a visualização de lesões subclínicas.

Conclusão:
A avaliação multimodal é útil para demonstrar lesões subclínicas na coroidite por
Cryptococcus.

Referências Bibliográficas

1. Aderman CM, Gorovoy IR, Chao DL, Bloomer MM, Stewart JM. Cryptococcal choroiditis in advanced AIDS with clinicopathologic correlation: a brief report. American Journal of Ophthalmology Case Reports. 2018 Jan 31:1-4.
2. Herrera MFF, Dauby N, Maillart Evelyne, Libois Agnes, Papaleo Alberto, Makhoul Dorine. Multimodal Imanging in AIDS-Related Ocular Cryptococcosis: a case report. Case Reports in Ophthalmological Medicine. 2021 Feb 11:2-7.

Área

UVEÍTES (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Fundação Técnico Educacional Souza Marques - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

FERNANDO YAKOUB DA SILVA, VICTORIA GUIMARAES LOPES DA COSTA, LISIANE RISIA PINTO BARBOSA, MARIA CAROLINA FRANCISCO KUBA, ALEXANDRE DE CARVALHO MENDES PAIVA, ANA LUIZA BIANCARDI, ANDRE LUIZ LAND CURI