Dados do Trabalho

Título

A EFETIVIDADE DAS INTERVENÇOES DE TELESSAUDE NA TRIAGEM E MANEJO DA RETINOPATIA DIABETICA

Resumo

Introdução: A retinopatia diabética (RD) representa a principal causa de perda de visão entre diabéticos e uma das principais na população em geral, constituindo num desafio de saúde pública e enfatizando a importância do rastreio frequente na prevenção da cegueira. A teleoftalmologia emerge como meio inovador de avaliação da retina, permitindo identificar pacientes em risco de perda visual e aliviar a carga sobre o sistema de saúde. O estudo busca avaliar a efetividade das intervenções de telessaúde na triagem e manejo da RD, com o intuito de mitigar disparidades no acesso a cuidados oftalmológicos e reduzir seu impacto na qualidade de vida dos acometidos. Revisão sistematizada com a metodologia: Busca na base de dados PUBMED, utilizando os descritores "Teleophthalmology", "Management", "Diabetic retinopathy" e "remote" e variações segundo o MeSH. Incluíram-se artigos em inglês e espanhol dos últimos 10 anos e disponíveis na íntegra, sendo selecionados 12 artigos para análise final. Os estudos apresentaram alta sensibilidade e especificidade da teleoftalmologia para detectar a RD, sendo a sensibilidade combinada (Se) de 89% (IC 95%: 81% a 93%) e a especificidade (Sp) 94% (IC 95%: 89% a 96%). O Se e Sp agrupados para a detecção de RD referenciável foi de 91% (IC 95%: 87% a 94%) e 92% (IC 95%: 88% a 95%), respectivamente. O desempenho diagnóstico foi menor em estudos que utilizaram um único campo para detecção da RD. Os estudos relataram redução significativa nas taxas de progressão da patologia em pacientes submetidos a programas de telessaúde, relatando melhora na qualidade de vida e na satisfação do paciente. Apesar da eficácia comprovada dos programas de rastreio teleoftalmológico, foram pontuados obstáculos, como a falta de padronização de protocolos de triagem e a disponibilidade limitada de equipamentos em áreas de cuidados primários. Os dados indicaram que as taxas de triagem remota de retina não aumentaram desde o diagnóstico inicial até o acompanhamento de longo prazo, provavelmente por grande parte da população não possuir acesso aos serviços de telessaúde. Conclusão: A teleoftalmologia demonstrou ser viável na gestão e manejo da RD, tendo reduzido os custos de saúde e aumentado o acesso aos cuidados, especialmente em áreas remotas. Apesar da acurácia diagnóstica, há desafios persistentes, como a escassez de equipamentos nos cuidados primários e a falta de uma padronização de protocolos para auxiliar na aquisição e avaliação de imagens.

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