Dados do Trabalho
Título
PIT DO DISCO OPTICO E SEUS DESAFIOS TERAPEUTICOS NA ATUALIDADE
Resumo
INTRODUÇÃO: PIT do disco óptico (ou fosseta óptica) é uma escavação congênita anômala da cabeça do nervo óptico (NO). É uma patologia rara, de etiologia desconhecida, que cursa frequentemente com descolamento neurossensorial central e retinosquisis. Ainda não apresenta na literatura um padrão ideal para tratamento em virtude de sua alta complexidade e baixa incidência. A recorrência do descolamento de retina (DR) em alguns casos representa um desafio terapêutico adicional nessas situações.
DESCRIÇÃO: Paciente sexo feminino, 12 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, com história de baixa acuidade visual (BAV) em olho esquerdo (OE) há 3 anos. Nega uso de medicações ou comorbidades prévias. Ao exame, a melhor acuidade visual corrigida é de 20/20 em olho direito (OD) e 20/400 em OE. À biomicroscopia do segmento anterior, pressão intra-ocular, reflexos pupilares e motilidade ocular extrínseca eram normais em ambos os olhos (AO). A fundoscopia de OD não apresentava anormalidades. Em OE foi possível observar coloboma de disco inferior com DR seroso, esquise e comunicação Pit-Subretiniana, registrados na retinografia (imagem 1). Na tomografia de coerência óptica (OCT) de OE, nota-se um DR neurosensorial, do disco óptico (DO) em direção a região foveal (imagem 2).
DISCUSSÃO: O PIT do DO apresenta uma prevalência de 1/11000, sem predileção por sexo, na faixa etária média de 30 anos. Acredita-se que a etiologia seja um defeito na formação da lâmina crivosa com comunicação do espaços: vítreo, subretiniano e subaracnóideo. Ao exame, é visto como ovalado, de localização inferotemporal e unilateral (85% dos casos). Pode estar associado a outras alterações do NO, como colobomas da papila. Clinicamente, é assintomático até que evolua para um descolamento central (25 a 75% dos casos), o que provoca BAV, metamorfopsia e micropsia. A fundoscopia e a OCT são exames importantes para o diagnóstico. A OCT pode revelar uma estrutura bilaminar, “schisis-like”, entre as camadas internas e externas da retina e um descolamento neurossensorial central. O tratamento não é um consenso na literatura mas a vitrectomia pode-se fazer necessária diante de complicações.
CONCLUSÃO: Mesmo que a fosseta óptica possa ser inicialmente assintomática, a evolução de alguns casos para DR central provoca BAV e, consequente, perda da qualidade de vida do paciente. Diante disso, por se tratar de uma patologia rara com etiologia desconhecida, a PIT do DO apresenta desafios para alcançar um tratamento ideal.
Referências Bibliográficas
1. Rosa AAM, Nakashima Y, Souza EC de. Aspectos à tomografia de coerência óptica de fosseta congênita de nervo óptico: Relato de 3 casos. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 2002 Jun;65(3).
2. Travassos A, Regadas I, Van Velze R, Alfaiate M, Silva E, Proença R, et al. Optic PIT: Revisão de Casos Cirúrgicos e Abordagem Terapêutica Inovadora. 273 Oftalmologia [Internet]. 2011 [cited 2024 May 1];35:273–82. Available from: https://spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2011/07/revista_spo_n3_2011_pp.273-282.pdf
3. FOSSETAS CONGÉNITAS DO DISCO ÓPTICO – Atlas RL Eye [Internet]. [cited 2024 May 1]. Available from: https://www.atlasrleye.com/doencas-do-nervo-optico/fossetas-congenitas-do-disco-optico/
Área
RETINA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
Hospital da Gamboa / IORJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
BRUNA DE CASTRO FREITAS FANTOZZI, ANA CAROLINA CANEDO, ALMYR SABROSA , NELSON SABROSA , RICARDO JAPIASSU