Dados do Trabalho
Título
IMPACTOS DA BAIXA ACUIDADE VISUAL NA SAUDE MENTAL: UMA REVISAO DE LITERATURA
Resumo
INTRODUÇÃO: O sistema ocular humano corrobora a coordenação das funções motoras, cognitivas e emocionais, sendo elas vitais para a integração social. Nesse sentido, a pessoa com deficiência visual experimenta um aumento de desafios relacionados à saúde mental, sendo necessário compreender suas reais implicações, buscando estratégias para mitigar seus impactos¹. OBJETIVOS: Evidenciar a discussão acerca da relação entre a oftalmologia e a psiquiatria, dando ênfase a um grupo que muitas vezes é negligenciado pela sociedade, tendo como grande impacto o comprometimento de sua saúde mental. METODOLOGIA: O trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica qualitativa. Foram selecionados 5 artigos, em inglês e português, nas bases de dados Scielo e Pubmed. RESULTADOS: A baixa acuidade visual (BAV) pode impactar a saúde mental, o que é subestimado. O comprometimento ou a perda da visão extrapola o físico, sendo uma questão emocional e psicossocial, afetando diretamente a qualidade de vida ¹. O estresse e a ansiedade são importantes impactos. A dificuldade em ver claramente pode ocasionar em vulnerabilidade e incerteza sobre o futuro, podendo resultar em desafios profissionais e acadêmicos e na independência pessoal. Assim, atividades cotidianas tornam-se um desafio e a preocupação e a dependência de outras pessoas ou de assistência visual corroboram o estresse e a ansiedade ². Ademais, a BAV pode contribuir para o isolamento social, uma vez que há dificuldade em se integrar e estar fora do social agrava ainda mais problemas mentais e emocionais, colaborando para os distúrbios de humor ³. A autoestima também pode ser severamente afetada pela BAV, em que a necessidade de dispositivos de assistência visual, como óculos, pode ter um impacto negativo na auto imagem, gerando insegurança4. O estudo realizado pela Universidade do Amapá, evidencia que 39.7% dos indivíduos da amostra e que possuem BAV apresentavam sintomas de depressão¹. Portanto, é imprescindível discutir os impactos da BAV de forma holística, fornecendo ao paciente suporte oftalmológico e psicológico5. CONCLUSÃO: Torna-se irrefutável a relação entre a BAV e os sintomas depressivos e de ansiedade, fundamentando-se por algumas particularidades do cotidiano desse grupo, como a falta de inclusão, o isolamento social e a diminuição da auto estima. Logo, é imprescindível resgatar os laços sociais integrativos, de modo que possamos diminuir os impactos da BAV no que tange ao bem estar desses indivíduos5.
Referências Bibliográficas
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2. FILHO VTFB, VENTURA RU, BRANDT CT, SARTESCHI C, VENTURA MC. Impacto do déficit visual na qualidade de vida em idosos usuários do sistema único de saúde vivendo no sertão de Pernambuco. Arq Bras Oftalmol. 2012;75(3):161-5. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abo/a/NM4TLgM66pDQ64G4bQfTmfP/?format=pdf&lang=pt
3. Santos T da C. Deficiência visual adquirida e transtorno depressivo: a depressão como um aspecto psicológico do indivíduo que perde a visão. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento [Internet]. 2022 ;03(03):101–14. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/aspecto-psicologico
4. Hirt B, Niece SP, Moreira LB. QUALIDADE DE VIDA: ANÁLISE DO ASPECTO FUNCIONAL, SOCIAL E EMOCIONAL EM UMA POPULAÇÃO COM PERDA VISUAL SEVERA. Revista Médica do Paraná [Internet]. 2022. 80(1):1688–8. Disponível em: https://bioscience.org.br/bioscience/index.php/ramp/article/view/116/89
5. Psicologia S, Doenças. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E QUALIDADE DE VIDA DA DEGENERESCÊNCIA MACULAR RELACIONADA COM A IDADE. 2006. 7(2):179–93. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/70649424.pdf
Área
GERAL (trabalhos)
Categoria
Oral
Instituições
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MINAS) - Minas Gerais - Brasil
Autores
MARIA CLARA BATISTA ANDRADE, MARCELLA PENAZZI GAUDÊNCIO , RENATO DINIZ SILVEIRA