Dados do Trabalho

Título

VALVULA DE DRENAGEM PARA CONTROLE DE GLAUCOMA NEOVASCULAR (GNV): PAPEL DO BEVACIZUMABE INTRAVITREO E COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS

Resumo

Introdução: O glaucoma neovascular (GNV) é uma forma agressiva e desafiadora de glaucoma secundário. É caracterizado pela neovascularização da íris ou do ângulo da câmara anterior levando ao aumento significativo da pressão intraocular (PIO) e a perda progressiva da acuidade visual.(1) O implante de válvula de drenagem associado ao pré-tratamento com bevacizumabe é uma opção eficaz para controle da doença(2) mas complicações pós-operatórias podem ocorrer. (3)

Relato de caso: Paciente J.H.F., 51 anos, sexo masculino, com histórico de glaucoma primário de ângulo aberto há 5 anos, apresentou baixa da acuidade visual no olho direito há 3 meses, sendo diagnosticado com oclusão da veia central da retina. O paciente foi submetido a pantofotocoagulação a laser e três injeções intravítreas de bevacizumabe para controle do edema macular e da neovascularização, contudo, evoluiu com glaucoma neovascular apesar do correto manejo e da intervenção realizada. Diante disso, foi indicada e realizada a cirurgia de implante de tubo de drenagem devido descontrole pressórico com terapia medicamentosa máxima. No período pós-operatório, o paciente apresentou hifema mas com controle satisfatório da PIO logo após.

Discussão: Apesar do manejo adequado, o paciente apresentou hifema no pós-operatório, uma complicação especial em casos de glaucoma neovascular devido à fragilidade dos novos vasos sanguíneos, com incidências variando na literatura de 8 a 17%. Embora o tratamento prévio com bevacizumabe intravítreo seja associado a redução na incidência de hifema, ainda assim foi uma complicação pós-operatória apresentada no caso.(3) Essa situação destaca a complexidade no tratamento da GNV e a necessidade de avaliação individualizada de cada paciente. Apesar dos avanços no manejo, as complicações podem ocorrer, exigindo monitoramento próximo e ajustes no plano de tratamento.(4)

Conclusão: Embora os avanços no tratamento do glaucoma neovascular tenham pro-porcionado melhores resultados em termos de controle da pressão intraocular, ainda há desafios a serem enfrentados. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas são essenciais para melhorar os desfechos clínicos e reduzir a incidência de complicações pós-operatórias em pacientes com GNV. Portanto, é fun-damental que os profissionais de saúde permaneçam atualizados e continuem colabo-rando para aprimorar o manejo dessa condição oftalmológica complexa.

Referências Bibliográficas

1. Consenso Brasileiro de Glaucoma Primário de Ângulo Fechado [Internet]. Avai-lable from: https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1339872121consenso01.pdf

2. Zhou M, Xu X, Zhang X, Sun X. Clinical Outcomes of Ahmed Glaucoma Valve Implantation With or Without Intravitreal Bevacizumab Pretreatment for Neovas-cular Glaucoma: A Systematic Review and Meta-Analysis. Journal of glaucoma. 2016; 25(7):551–7. doi: 10.1097/IJG.0000000000000241

3. Sahyoun M, Azar G, Ziad Khoueir, Antoun J, Hampig Kourie, Nehme J, et al. Long-Term Results of Ahmed Glaucoma Valve in Association With Intravitreal Bevacizumab in Neovascular Glaucoma. Journal of glaucoma. 2015; 24(5):383–8. doi: 10.1097/IJG.0000000000000234

4. Tota M, Łacwik J, Laska J, Łukasz Sędek, Krzysztof Gomułka. The Role of Eo-sinophil-Derived Neurotoxin and Vascular Endothelial Growth Factor in the Path-ogenesis of Eosinophilic Asthma. Cells. 2023; 2(9):1326–6. doi: 10.22336/rjo.2021.66